O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, disse nesta quarta-feira (29) que o Judiciário tem atuado como linha auxiliar da política em ações movidas por legendas que perderam as últimas eleições ou que são derrotadas em votações no Congresso.
Em entrevista pela internet ao Diário de Pernambuco, do Recife, Mourão também disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegará a 2022 “extremamente competitivo” para a eleição presidencial e defendeu que o ideal seria que ele tivesse dois mandatos (2019-2022 e 2023-2026).
Na transmissão, Mourão criticou o que chamou de judicialização da política.
“O que existe hoje é uma certa judicialização da política. Na minha visão, o Judiciário vem sendo utilizado por partidos políticos que perderam eleições ou não conseguiram êxitos em suas votações dentro do Congresso e, a partir dali, judicializam, e o Judiciário passa a atuar até como uma linha auxiliar da política”, disse Mourão.
Para o vice-presidente, “nem o Judiciário pode se envolver na política nem a política pode ser judicializada”.
A administração Bolsonaro tem vivido em constante tensão com o Judiciário.
No sábado (25), por exemplo, por meio da Advocacia-Geral da União, Bolsonaro anunciou uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender contas de redes sociais de apoiadores do governo.
Mourão também se manifestou na entrevista a favor da reeleição de Bolsonaro. “Julgo que o trabalho que o presidente Jair Bolsonaro vem realizando dará bons frutos e ele chegará a 2022 extremamente competitivo”, afirmou o vice-presidente, para quem, “o ideal era que a gente conseguisse ter os dois mandatos do presidente”.
Questionado sobre as eleições municipais deste ano, Mourão disse estar “comprometido em apoiar nossas candidaturas”, referindo-se aos nomes do PRTB que disputarão prefeituras pelo país.
O vice-presidente disse que atuarão nas disputas “dentro dos limites da legislação” e que, dentro de sua possibilidade, pretende inclusive viajar a cidades como o Recife, capital que deverá ter um correligionário de Mourão na disputa.
Com Folhapress