A audiência de instrução e julgamento do processo principal que envolve nove réus da ‘Operação Xeque-Mate’ será retomada na próxima terça-feira (9). Na ocasião acontecerão os interrogatórios dos réus, entre eles o ex-prefeito de Cabedelo, Leto Viana.

“Depois da audiência teremos as alegações finais, onde a defesa e o Ministério Público terão a oportunidade de falar das controvérsias encontradas no decorrer da instrução processual”, disse o advogado Jovelino Delgado, da defesa de Leto Viana.

Segundo ele, depois dessa fase será prolatada a sentença.

Sobre o teor do depoimento de Santino, que acusou Leto de ser o chefe da organização criminosa, Jovelino Delgado disse que a defesa de Leto já esperava por isso. “O processo se deu em decorrência de uma delação premiada, apontada por Lucas, inúmeras inverdades. Fato é que ontem ele pode ratificar o que ele já tinha dito anteriormente e para nós não foi nenhuma surpresa”, disse.

O advogado disse também que a defesa do ex-prefeito Leto Viana conseguiu lograr êxito em alguns pontos. “Ficou constatado que o réu colaborador Lucas Santino falta com a verdade perante o Judiciário”, afirmou.

Ontem (1º), o juiz Henrique Jorge Jácome de Figueiredo, da 1ª Vara da Comarca de Cabedelo, ouviu cinco colaboradores – réus de outros processos da mesma operação – e os denunciados nesta ação penal. O primeiro colaborador a depor foi o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Lucas Santino da Silva, que revelou em detalhes o esquema criminoso e afirmou que o ex-prefeito da cidade, Leto Viana, comandava a organização criminosa.

Lucas Santino da Silva, ao ser indagado pelos representantes do Ministério Público se ele fazia parte de uma organização criminosa, respondeu categoricamente que sim. “O ex-prefeito liderava essa quadrilha. Ele fazia um levantamento de quem poderia vencer como vereador e investia na campanha dessas pessoas, mas exigia a assinatura de uma carta renúncia, Assim, em caso de vitória, Leto Viana tinha o poder de barganha na Câmara dos Vereadores e na Prefeitura Municipal”, revelou Lucas Santino. Ele disse, ainda, que o investimento em algumas campanhas para vereador de Cabedelo ultrapassava a um milhão de reais.

Denúncia – Os acusados, segundo as denúncias, integravam uma organização criminosa no Município de Cabedelo que teria sido responsável por vários episódios criminosos, dentre eles a compra e venda do mandato do ex-prefeito José Maria de Lucena Filho (Luceninha) e a sua consequente renúncia ao cargo; irregularidades na Prefeitura e na Câmara de Vereadores, com contratação de servidores fantasmas; e esquema de recebimento de dinheiro desviado do salário dos servidores municipais.

Constam ainda nas acusações outras irregularidades, como o financiamento de campanha de vereadores; atos de corrupção envolvendo a avaliação, doação e permuta de terrenos pertencentes ao erário municipal, que beneficiava diversas empresas, bem como ações ilícitas para impedir a construção do Shopping Pátio Intermares, com a distribuição de valores ilícitos para vereadores, com atuação pessoal de Leto Viana.

Com informações do Parlamento PB

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