Uma disputa sem sentido, que em nada contribui para a cidade. O projeto de implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) parece ter criado um ambiente de hostilidade, nos bastidores, entre a Prefeitura de Campina Grande e o Governo do Estado. A disputa ganhou nesta terça-feira (09) visibilidade, quando o prefeito Romero Rodrigues (PSD) anunciou ter recebido do presidente Jair Bolsonaro (PSL) o aval para tocar o projeto.
O anúncio, porém, com direito a fotos nas redes sociais, aconteceu um dia depois do governador João Azevedo (PSB) ter se reunido com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para pedir a liberação da antiga linha férrea para implantar o VLT.
A prefeitura diz que o projeto está sendo pensado há “pelo menos três anos”. Mas o Governo do Estado garante que a assinatura do termo de domínio da faixa por onde passará o VLT já tem, inclusive, data marcada: 17 de julho. No encontro entre Romero e Bolsonaro, o presidente teria dado uma “recomendação expressa” para dar prioridade ao projeto apresentado por Romero.
A ‘disputa’ entre o Governo do Estado e a Prefeitura pelo projeto do VLT não é única. Com o alargamento da Avenida João Suassuna, uma das principais da cidade, aconteceu algo parecido. No caso da Avenida, o Estado venceu a batalha e executou a obra.
Nessa nova batalha, assim como nas anteriores, o que menos importa é quem conquista o prêmio de executar os serviços. Para a população, importa muito mais que o VLT saia do papel e se torne uma realidade para a cidade. O fato é que se Estado e Município sentassem à mesa e somassem as ideias, certamente o projeto ganharia mais força, mais apoios. Em vez de uma briga pela ‘paternidade’, teríamos a certeza do ‘nascimento’ da obra. Afinal de contas, é isso que a população espera.
João Paulo Medeiros, Pleno Poder