“O que eu quero desses respectivos governadores: não vou negar nada para esses Estados, mas se eles quiserem realmente que isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro”.
A afirmação foi feita nesta segunda-feira (5) pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL), após inauguração de uma usina de energia que usa painéis solares, no município baiano de Sobradinho. O governador da Bahia, Rui Costa (PT) não participou do evento.
Jair Bolsonaro disse ainda que caso os governadores não concordem com essa condição – de dizer que estão atuando junto com ele – não haverá diálogo. E as obras serão divulgadas junto com as prefeituras.
As declarações foram feitas 17 dias após o presidente ter chamado os chefes de Executivo nordestinos de “governadores de paraíba”. A declaração foi captada durante café da manhã com jornalistas internacionais.
Além disso ele também afirmou que entre os gestores o pior deles era o do Maranhão, Flávio Dino (PC do B). “Não tem que dar nada para este cara”. Desde então o presidente tenta desfazer o mal-estar com a região Nordeste.
“Eu tenho preconceito com governador ladrão que não faz nada para o seu estado”
Na inauguração desta segunda-feira, Jair Bolsonaro disse que seu compromisso é com o povo da região. E também defendeu que o Nordeste tem recebido “recursos abundantes” do governo federal.
“Eu não estou aqui para fazer média. Não estou aqui com colegas nordestinos para fazer média. Não existe essa história de preconceito. Agora, eu tenho preconceito com governador ladrão que não faz nada para o seu Estado”, disse o presidente.
Ainda sobre ter chamado os gestores de “governadores de paraíba”, ele mais uma vez tentou se explicar, alegando que a crítica foi específica aos governadores da Paraíba, João Azevedo (PSB) e do Maranhão.
“Eu cochichei no ouvido do ministro Onyx Lorenzoni e me referi ao governador da Paraíba e do Maranhão, que eles procuram os nossos ministérios, conseguem coisas como outros, mas chegam em seus respectivos Estados e descem a buduna em cima de mim”, disse. Buduna ou borduna é um tipo de porrete.
O presidente declarou ainda que não tem nada contra o governador da Bahia, mas referiu-se novamente a João Azevedo e Flávio Dino. “Eu não posso admitir que governadores como o do Maranhão e da Paraíba façam politicalha no tocante à minha pessoa.”