O uso do simulador nas autoescolas passa a ser facultativo a partir desta segunda-feira (16) em todo o país. No entanto, a medida decidida pelo Governo Federal, levanta discussões entre os representantes das autoescolas. No estado do Rio Grande do Sul o uso do simulador continua obrigatório em função de uma liminar concedida pela Justiça.
“Com o fim do simulador, vai ter um prejuízo na formação do condutor. E grande”, é o que prevê o presidente do Sindicato das Empresas de Centro de Formação de Condutores A e B no Estado da Paraíba, Claudionor Fernandes. Em entrevista ao ClickPB, Claudionor lamentou a ausência de estudos para embasar as medidas tomadas pela presidência.
Para o presidente do sindicato, o benefício que o presidente cita ao defender o fim da obrigatoriedade de simuladores representa prejuízo na formação dos condutores. “O simulador simula várias etapas da formação”, explica Claudionor citando que o aluno passa a conhecer como funciona um carro, como ligar e como agir em certas ocasiões. “Quando ele vinha para a parte prática, já vinha com uma noção”, comenta.
Mesmo com o fim da obrigação do simulador, o custo da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não deverá ficar mais barato. O presidente do Sindicato das Autoescolas comentou em entrevista ao ClickPB que “a gente já estava trabalhando abaixo do valor de custo”. Ele defende que o custo já estava defasado principalmente em razão dos impostos cobrados.
Por determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a partir desta segunda-feira (16) passam a valer algumas modificações para tirar a CNH. As principais alterações são o fim da obrigatoriedade do simulador de direção e a redução em 20% da carga horária mínima para a categoria mais comum, a B (carro), que permite conduzir veículos de até oito lugares. Além disso, haverá a diminuição de 80% na carga horária das aulas noturnas, que passam de cinco horas para apenas uma.
Além do simulador, também houve modificação nas aulas práticas noturnas e carga horária para obtenção de Autorização para Conduzir Ciclomotores. As regras determinam que sejam feitas no mínimo 20 horas de aulas, sendo pelo menos uma delas para as categorias A, para motos, e B, para automóveis.
Agora,o Contran determina que os condutores de categoria B podem optar por fazer até cinco horas em simulador antes das aulas práticas na rua, desde que o equipamento esteja disponível no Centro de Formação de Condutor. Cada sessão pode ter, no máximo, cinquenta minutos.Os motoristas que desejarem acrescentar outra categoria vão precisar de pelo menos 15 horas de aulas, com uma noturna.
As alterações foram anunciadas em junho. À época, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, defendeu que as mudanças barateariam o custo da habilitação em até 15%. As autoescolas, por sua vez, criticaram a medida.