
O presidente Jair Bolsonaro confirmou na noite desta segunda-feira, 16, que a Petrobras vai segurar o preço da gasolina, apesar da disparada no valor do petróleo após os ataques a refinarias na Arábia Saudita, ocorridos no fim de semana. Bolsonaro afirmou, em entrevista à RecordTV, que conversou sobre o assunto com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
Bolsonaro disse que a tendência natural seria seguir o preço internacional, que “viria para a refinaria, para a bomba no final das contas”.
“O governo federal já zerou seu imposto federal, que é a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Não podemos exigir nada dos governadores no tocante a ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)”, disse o presidente.
“Mas, o que acontece… Conversei com o presidente da Petrobras e ele disse que, como é algo atípico e tem um fim para acabar, ele não deve mexer no preço do combustível”, declarou Bolsonaro.
O presidente declarou que não irá insistir na criação de um imposto nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Bolsonaro afirmou que até se pode falar em CPMF e deixar o povo discutir, mas “não pode ser uma proposta de governo”.
Ele disse que o então secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, ficou “insustentável” no cargo depois de defender a criação de uma nova CPMF e que quem o exonerou foi o ministro da Economia, Paulo Guedes. Cintra foi demitido na semana passada.
Bolsonaro afirmou ainda esperar um “impacto muito rápido” na economia com os saques de R$ 500 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que começaram no fim de semana. Segundo o presidente, a situação econômica não está ainda nos níveis que ele esperava.
Reforma da Previdência
Sobre a reforma da Previdência, que tramita no Senado, Bolsonaro declarou que, “se Deus quiser, este mês, tudo será resolvido”. “Há quantos anos tentaram fazer uma reforma da Previdência próxima da nossa e não conseguiram?”, perguntou.
Discurso na ONU
O discurso que o presidente Jair Bolsonaro fará na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na próxima semana, em Nova York, será “conciliatório”, mas reafirmará “a questão da nossa soberania e do potencial que o Brasil representa para o mundo”. O presidente prometeu um pronunciamento “diferente” dos feitos pelos presidentes que o antecederam na ONU. “Já comecei a rascunhar o discurso”, afirmou.
Bolsonaro afirmou ainda que despachará, a partir desta terça-feira, 17, do Palácio da Alvorada, residência oficial. “Já estou angustiado e quero participar da vida ativa do Brasil”, disse. O presidente disse que “conseguiu” dos médicos que não fosse para o Palácio do Planalto e ficasse no Alvorada, por enquanto.
*Com informações da Veja.