Após um escândalo na distribuição de medicamentos vir a público, o município de Alagoa Nova, no Brejo da Paraíba, paralisou, literalmente, nesta quinta-feira (10) e a oposição fala em “cortina de fumaça” para abafar o caso. Com um pedido de crédito suplementar por parte do prefeito Aquino Leite (PSDB) previsto para ser votado na próxima segunda-feira (14) ele decidiu fechar a cidade alegando falta de dinheiro e parou ônibus escolares e o maquinário da Prefeitura nas ruas instaurando um verdadeiro caos na cidade.

Remédios para eleitores

A crise começou após um áudio de um servidor público responsável pela distribuição de medicamentos no município vazar na nesta quarta-feira (9) impondo critérios nada republicanos para o serviço. Nele, o funcionário afirma que a distribuição de remédios deve priorizar os eleitores do prefeito.

Então a gente precisa saber se esse povo que recebendo remédio realmente defende e vota como você vota

“[…] a gente tem que saber se a gente dando remédio a pessoa cerca ou não. Eu sei que a gente não deve escolher a quem dar. O prefeito tem que dá remédio a quem precisando, mas se você tá sendo ajudado, se você ganhando seu remédio todo mês é,  pelo menos, é, é bom ter, assim, o agradecimento, de na hora que o prefeito precisar de um apoio, um voto, uma coisa ou outra, o caba dentro para dizer: não, eu vou votar no prefeito que me ajudando. Então a gente precisa saber se esse povo que recebendo remédio realmente defende e vota como você vota [sic.]”, diz o áudio [confira abaixo].

https://youtu.be/pPrMbo2uM5M

O servidor foi identificado como Evaldo Alves Rodrigues, lotado na Secretaria Municipal de Finanças. Ele também acumula outro cargo no Governo do Estado, conforme levantamento feito no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB).

O vereador Ícaro Teixeira (MDB) declarou em entrevista a uma emissora de rádio que irá acionar o Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) para investigar o caso.

Cortina de fumaça

Após a repercussão do caso, outra polêmica envolvendo o chefe do executivo e o presidente da Câmara teve início. O prefeito Aquino Leite decidiu paralisar o município para cobrar a votação de um Projeto de Lei para abertura de crédito suplementar de 20% para atender as despesas até o final do exercício de 2019. Em nota, o prefeito responsabiliza Ícaro pela paralisação dos serviços.

“Mesmo tendo conhecimento da importância e urgência do referido projeto de lei, o Presidente da Câmara de Vereadores não observou o que preceitua o Art. 122 do Regimento Interno da Câmara, que dispõe que mesmo em períodos de sessões normais, dependendo da necessidade de ser examinado determinado assunto com urgência e a matéria ser de interesse público relevante, o presidente deveria convocar sessão legislativa extraordinária para tratar da matéria”, diz a nota.

Chefes do executivo e legislativo trocam acusações e cidade está fechada REPRODUÇÃO

Nas redes sociais, Ícaro respondeu as acusações e afirmou que o prefeito agiu por raiva, por ele ter denunciado o escândalo.

“Menos de 6 dias úteis depois do seu envio, e com raiva de mim por denunciar um crime de distribuição tendenciosa de remédios, o prefeito PARALISOU todos os serviços da administração, deixando alunos sem aula, postos sem atendimento, prefeitura fechada, e coloca a culpa em mim”, declarou.

Na postagem, Ícaro cita o regimento interno da casa que estabelece em 30 dias o prazo máximo de apreciação de uma lei urgente.

Em outra postagem, o presidente diz que o Projeto de Lei deve tramitar na próxima segunda-feira (14).

Redação

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