As manchas de óleo que se espalham por mais de 280 municípios localizados no litoral nordestino está gerando apreensão não só das comunidades ribeirinhas, mas de toda a cadeia de pesquisadores que estudam a vida marinha e os oceanos. Em entrevista, o doutor em oceanografia Roberto Sassi, explicou que os riscos de desastre ambiental podem ir muito além, uma vez que o produto já está em contato com a fauna e flora da região.

“Esse óleo está liberando muitos outros compostos – os cuidados que se devem ter com esses compostos são inúmeros. Os recifes são ambientes muito vulneráveis e ao mesmo tempo são áreas de reprodução de muitas espécies, que se alimentam e reproduzem nesses espaços. Essas manchas de óleo podem provocar danos extremamente severos e aumentar ainda mais a fragilidade desses ambientes. E são áreas prioritárias para a manutenção dessas espécies, o turismo, a pesca e toda a cadeia de turismo existente”, explicou.

O pesquisador ainda destaca que esse óleo bruto na água sofre vários processos de degradação, “uma parte vai para atmosfera, outra fica na própria água e outras partes mais densas vão se depositar sobre os estuários, arrecifes, nos manguezais, e as consequências sobre a fauna e a flora recebem uma ação de contato direto que deposita uma toxidade direta e pode levar a óbito desses animais.”

Segundo ele, a comunidade plactônica, que são as populações de micro-organismos, ao sofrerem essa contaminação podem incorporar na cadeia alimentar dos animais, o benzeno, que além de ser tóxico é cancerígeno. “Toda essa contaminação marinha e dos estuários, isso pode gerar também problemas na reprodução dos animais e na ingestão desses alimentos a com reflexo na comercialização”, ressaltou.

Com Click PB
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