Presidente Donald Trump se despede dos repórteres na Casa Branca (Official White House Photo by Joyce N. Boghosian)

O governo dos Estados Unidos notificou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a sua saída do Acordo de Paris. Este é o primeiro passo oficial para que os americanos abandonem o pacto climático, uma promessa de campanha do presidente Donald Trump.

O Acordo de Paris, negociado em dezembro de 2015 durante a COP21, é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, para conter o aquecimento global.

“Hoje, os EUA começaram o processo de saída do Acordo de Paris. Conforme os termos do acordo, os EUA apresentaram uma notificação formal de sua retirada às Nações Unidas. A saída terá efeito um ano depois da entrega da notificação”, informou em comunicado o secretário de Estado, Mike Pompeo, em sua conta oficial no Twitter. “Os EUA têm orgulho do seu histórico como líder mundial em reduzir todas as emissões, promover a resiliência, aumentar nossa economia e garantir energia para nossos cidadãos. Nosso modelo é realista e pragmático”, afirmou ainda o secretário Pompeo também por meio da rede social.

A decisão de abandonar o tratado, ratificado por 195 países, já havia sido anunciada em 2017 pelo presidente Donald Trump e foi confirmada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, nesta segunda

Os Estados Unidos, maiores emissores de gases-estufa do planeta, podem se tornar o primeiro país a sair do tratado. Pelos termos do documento, a saída do Acordo de Paris seria possível apenas três anos após o tratado entrar em vigor. Embora o pacto tenha sido firmado em 2015, ele passou a valer apenas no ano seguinte

“O presidente Trump tomou a decisão de sair do Acordo de Paris por causa da carga econômica injusta imposta aos trabalhadores, às empresas e aos contribuintes americanos por promessas dos Estados Unidos feitas em virtude do acordo”, defendeu Pompeo. A decisão é alvo de críticas das comunidades científica e ambientalista.

Antecessor de Trump, o ex-presidente Barack Obama assinou o acordo prometendo um corte de 26%-28% nas emissões dos Estados Unidos até 2025, tomando referência os níveis de 2005. Na campanha presidencial, em 2016, Trump prometeu não seguir essa promessa e negou os efeitos do aquecimento global.

Governo Bolsonaro desconfia de aquecimento global, mas diz que ficará no tratado

A próxima Cúpula do Clima será realizada em Madri entre 2 e 13 de dezembro, após a desistência de Santiago em receber o evento em meio à onda de protestos nas ruas. Antes, a previsão era de que a conferência fosse realizada no Brasil, mas o governo federal desistiu a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, são críticos à pressão internacional por ações contra as mudanças climáticas e já questionaram a real existência do aquecimento global. Ainda em janeiro, porém, o presidente disse que, “por ora”, o Brasil iria permanecer no Acordo de Paris.

A ideia de abandonar o tratado preocupa ambientalistas e cientistas. Essa possibilidade também deixou em alerta o setor agropecuário, que teme retaliações de parceiros econômicos, como a União Europeia, caso haja afrouxamento dos compromissos ambientais.

Agência Estado

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