Estudo do Conselho Federal de Farmácia (CFF), em parceira com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), aponta que 780 mil paraibanos podem estar com diabetes e não saber. Na Paraíba, 220 mil pessoas foram diagnosticadas com essa doença crônica e multifatorial em que o corpo não produz ou não consegue usar o hormônio chamado insulina de forma adequada, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Nesta quinta-feira (14), Dia Mundial do Diabetes, o médico endocrinologista do Hapvida, em João Pessoa, Francilino Leite, destaca que por ser uma doença silenciosa, muitas pessoas demoram a fechar o diagnóstico. “Quando a doença é diagnosticada, geralmente, tem em torno de 5 a 10 anos de existência no organismo do indivíduo, por isso é intitulada como ‘doença silenciosa’, mas, mais do que isso, é preciso entender que esse longo período causa uma agressão do açúcar nos vasos sanguíneos possibilitando uma complicação em órgãos alvos como os rins, coração e olhos”, explica o especialista.
Os sintomas clássicos para diagnosticar a diabetes são: muita sede, muita fome e a perda de peso. Após o diagnóstico da doença, a orientação é um controle por meio de dieta com abandono de açúcar e carboidrato. Para o médico, este último é o grande vilão. “As pessoas tendem a achar que a diabetes é só açúcar e esquecem que o carboidrato quando chega à corrente sanguínea é transformado em açúcar. Então, uma dieta equilibrada, orientada por um profissional especializado, com associação de atividade física é uma das formas de manter a doença sob controle”, esclarece.
O diabetes atinge 14 milhões de brasileiros, mas um a cada cinco portadores não sabe se tem diabetes do tipo 1 ou do tipo 2, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Com base nesses números, o endocrinologista alerta para necessidade do cuidado com a saúde. “Pessoas que já possuem casos de diabetes na família devem estar sempre atentas aos cuidados com a saúde, monitorando, por meio de exames, para o possível surgimento da doença”, alerta.
Tipos de Diabetes – A Diabetes pode ser classificada em dois tipos. A tipo 1, diagnosticada principalmente em criança e a tipo 2, que é adquirida e tem maior ocorrência de forma hereditária, ou seja, a doença é herdada de pai, mãe ou algum outro parente de primeiro grau. De acordo com o endocrinologista, essa predisposição alcança a marca de 95% de chance para desenvolver a doença.
Na diabetes do tipo 1 o paciente é induzido a iniciar automaticamente um quadro de insulina; Já no tipo 2 o tratamento inicial é com medicação oral e, dependendo da evolução da doença, em alguns casos, é preciso inserir o uso da insulina como uma forma de reposição hormonal.