O Papa Francisco comparou nesta sexta-feira políticos e líderes de governo que atacam homossexuais, ciganos e judeus a Adolf Hitler. Sem citar nomes ou países, o pontífice alertou participantes de uma conferência sobre lei criminal no Vaticano de que discursos de ódio e perseguição contra esses grupos estão se tornando mais frequentes no mundo.
— Não é uma coincidência que, por vezes, ressurjam símbolos típicos do nazismo. Devo confessar a vocês que quando escuto um discurso de alguém responsável por uma ordem ou governo (contra homossexuais, judeus e ciganos), lembro dos discursos de Hitler em 1934 e 1936 — afirmou Francisco.
O Papa assinalou, ainda, que o mundo está vivendo “outra vez” a cultura de ódio e perseguição incitada pelo nazismo.
— Com a perseguição de judeus, ciganos e pessoas de tendências (sic) homossexuais, essas ações, que hoje são típicas, representam por excelência uma cultura tóxica e de ódio. Isso ocorreu naqueles anos e está acontecendo outra vez — lamentou.
Durante o regime da Alemanha Nazista, que vigorou entre 1933 e 1945, seis milhões de judeus foram assassinados. Homossexuais e ciganos também foram deportados para campos de extermínio.
Nas últimas semanas, o pontífice fez outras críticas ao que considera um ressurgimento de movimentos ultraconservadores e antissemitas na Europa. Na quarta-feira, durante sua audiêngia geral no Vaticano, Francisco voltou a citar suas preocupações com o retorno da perseguição contra o povo judeu, sem mencionar nomes:
— Hoje o hábito de perseguir judeus está renascendo. Irmãos e irmãs, isto não é humano nem cristão. Os judeus são nossos irmãos e nossas irmãs e não devem ser perseguidos.
Com O Globo