A Justiça condenou a 25 anos e oito meses de prisão Tatiana Ferreira Lozano Pereira, a mãe acusada de matar a facadas o filho, Itaberlly Lozano, 17, em Cravinhos, região de Ribeirão Preto. De acordo com a promotoria, a motivação do crime seria homofobia, pelo fato de Itaberlly ser homossexual.
O caso ocorreu em 29 dezembro de 2016, mas o corpo do jovem só foi encontrado em um canavial em 7 de janeiro do ano seguinte. O júri também condenou Victor Roberto da Silva, 21, e Miller da Silva Barissa, 20, acusados de participarem do plano para assassinar o jovem, a 21 anos e oito meses de reclusão.
As defesas de Tatiana, Victor e Miller informaram que vão recorrer das sentenças. O padrasto de Itaberlly, o tratorista Alex Canteli Pereira, que seria julgado por ter ajudado a colocar fogo no corpo do enteado e depois na ocultação do cadáver, foi dispensado do júri porque o advogado Hamilton Paulino Pereira Júnior, o mesmo de Tatiana, renunciou à defesa dele, alegando conflito de interesses. Alex será julgado em nova data.
Após dois dias de julgamento e um processo de 1.600 páginas, Tatiana foi condenada pelos crimes de homicídio, corrupção de menores e ocultação de cadáver. Victor e Miller foram condenados pelos crimes de homicídio e corrupção de menores. Tatiana já cumpre a pena na penitenciária de Tremembé.
“A sentença foi justa e alcançamos o nosso objetivo nesse processo longo e difícil. Foram ouvidas 20 testemunhas (além dos acusados). Foi uma vitória para a sociedade, acima de tudo, e para os amigos e familiares que gostavam de Itaberlly”, afirma o promotor do caso, Eliseu Berardo.
A investigação, apontou que Tatiana e e a vítima brigaram na segunda quinzena de dezembro e o jovem foi morar com a avó paterna.
De acordo com a Promotoria, no dia do crime, Tatiana atraiu o filho para casa com a ajuda de uma adolescente, de 16 anos, e dos réus Victor e Miller.
Segundo a versão policial, a mãe ligou para o filho no dia do crime e simulou ter feito as pazes e combinou com Miler e Victor para que eles fossem buscar Itaberlly na casa da avó e o levassem até a casa da mãe. Quando entraram na garagem, emboscaram o jovem e teriam começado a espancá-lo.
Os dois acusados teriam espancado Itaberlly, mas a mãe o matou com uma facada no pescoço. O marido a teria ajudado a levar o corpo até um canavial, na Rodovia José Fregonezi, em Cravinhos. A adolescente cumpre medida socioeducativa na Fundação Casa.
Apesar de o crime ter sido cometido em Cravinhos, houve um pedido de desaforamento da defesa para que a Justiça daquela cidade não fosse a responsável pelo julgamento do caso devido à intensa repercussão em Cravinhos.
“Todos foram condenados a pena máxima. Para nós, fica a sensação de justiça”, disse o advogado de acusação Wagner Severino Simões. Ele foi contratado pela família de Itaberlly.
O advogado de defesa de Tatiana, Hamilton Pereira Júnior, informou que já entrou com recurso e que recorre da decisão para pelo menos diminuir a pena. De acordo com Wagner Simões, pela sentença, Tatiana deve cumprir no mínimo dez anos em regime fechado.
Folha