O bispo da Diocese de Patos, Dom Eraldo Bispo, tem sido categórico em relação às eleições deste ano: não vai tolerar a participação de padres no pleito. As restrições valem sobretudo para os religiosos que, eventualmente, tenham a intenção de dar uma -ajudinha- nas candidaturas de terceiros. “A Igreja deixa bem claro: os padres não podem ser cabos eleitorais de ninguém. Desde aquela foto em palanque para ser aproveitada em cartazes em campanha eleitoral”, disse o religioso.
O aviso foi dado durante o programa Palavras de Fé, nesta quinta-feira (19), na Rádio Espinharas, emissora pertencente à Diocese de Patos. -Aqui pertinho de nós já tem pessoas aproveitando a amizade com tal padre e instrumentalizando o padre que ingenuamente cai nesta armadilha. Os padres não têm autorização pela Igreja. Quem quiser fazer isso em seu próprio nome, sai do seu exercício no ministério e exerce isso como cidadão comum-, ressaltou Dom Eraldo.
Ele disse que como presbítero, padre da Igreja, pastores de uma comunidade, os religiosos não podem tomar partido dos candidatos A ou B. -Está claro que se você faz foto com o candidato e essa foto vai para cartazes públicos, este padre está fazendo explicitamente campanha e não está agindo coerentemente com as orientações da Igreja do Brasil, da Igreja da Arquidiocese, com a Igreja toda. É preciso chamar a atenção para isso. Nenhum padre está se dispondo a isso e não deve se dispor a isso. Nenhum padre da Arquidiocese está neste discurso, por que se ocorrer o bispo é o primeiro a saber-, enfatizou.
A proibição para a participação de religiosos na política não é novidade no Estado. Quando estava à frente da Arquidiocese da Paraíba, o hoje arcebispo emérito Dom Aldo Pagotto proibia a disputa eleitoral por padres. Apesar disso, ele tinha grande inserção nas mobilizações políticas no Estado.
Com Jornal da Paraíba