Abertura da 44ª edição do Festival de Inverno de Campina Grande no Teatro Municipal — Foto: Divulgação/FICG
O Festival de Inverno de Campina Grande (FICG) 2020 foi cancelado conforme nota divulgada nesta segunda-feira (30) pelo Solidarium – Instituto de Arte, Cultura e Cidadania, órgão que realiza o evento. De acordo com o texto, o cancelamento se deve não só à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) como também pelos artistas que participaram da edição 2019 do festival e que, segundo o Instituto, ainda não receberam pagamento por parte da prefeitura.
A secretária de desenvolvimento econômico de Campina Grande, Rosália Lucas informou às 15h50 desta segunda-feira que o FICG não recebeu financiamento da prefeitura para realização da edição 2019 do evento pois não entregou toda a documentação necessária para a liberação da verba até o início do festival, data-limite para entrega dos documentos.
“Após a decisão do Exmº. Sr. Prefeito Romero Rodrigues de autorizar as providências para que fosse realizado o pagamento, seguindo-se às orientações legais do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, todo o processo tem sido acompanhado pela Dra. Celeide Farias, advogada do Instituto Solidarium, com vistas à Controladoria Municipal de Campina Grande,a ser avaliado, aprovado e, posteriormente, encaminhado à Secretaria de Finanças para que o pagamento seja liberado”, diz o texto assinado por Eneida Agra Maracajá, presidente do Solidarium.
No texto, o instituto ainda se dirige aos artistas que participaram das mostras nacionais de dança, teatro e música em 2019. O Solidarium diz que confessa “constrangimento em ainda não ter conseguido solucionar […] o pagamento referente aos cachês dos espetáculos apresentados e demais serviços prestados”.
Eneida diz também que o cancelamento também é em respeito aos artistas. “Não poderemos fazer um Festival, devendo o Festival passado. Os 45 anos do FICG serão celebrados em 2021, sob as bênçãos de todos os deuses e anjos protetores das artes”, diz a nota.
Suspeita de fraude
Em janeiro, a Polícia Civil informou que uma mulher estava sendo investigada suspeita de fraudar o pagamento de impostos das atividades realizadas no festival. Conforme o delegado Erissandro Pinto, a suspeita seria funcionária efetiva da prefeitura.
Rosália informou, à época, que a colaboradora foi cedida para trabalhar no instituto que organiza o festival. Ela seria responsável pela gestão e contratação de atrações para a festa.
De acordo com a polícia, para simular que o instituto estava quite com as responsabilidades fiscais, ela recebeu o dinheiro e se apropriou dos valores, com emissão de certidões falsas. A prefeitura denunciou o caso à polícia, mas até esta segunda-feira, não havia conclusão da investigação.
Com G1