O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) anunciou ontem (08), por meio de nota, que está trabalhando em uma versão nacional dos kits de diagnóstico rápido de Covid-19. O novo teste será produzido com insumos nacionais e terá um índice de detecção superior ao dos kits importados.


“A cada novo país o vírus sofre mutações e vai se adaptando. Os kits diagnósticos produzidos com anticorpos e antígenos importados podem ter baixa sensibilidade de detecção no Brasil, uma vez que não são adaptados à nossa realidade viral, por isso a necessidade de produção de um kit com insumos nacionais para atender à específica e crescente demanda brasileira”, afirmou Fábio Calderaro, gestor do CBA.


Segundo Calderaro, a técnica de produção com materiais e antígenos nacionais poderá ser distribuída para diferentes centros de produção, o que seria suficiente para suprir a demanda nacional mínima determinada pelo ministério da Saúde, que é de 30 mil testes por dia. A medida, no entanto, necessita do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e, de acordo com o gestor, a meta só poderá ser atingida daqui a 4 meses, após a autorização do órgão.


Calderaro afirmou ainda que o novo kit de detecção – desenvolvido com antígenos de brasileiros que foram infectados pela doença – é mais eficaz e mais sensível ao vírus. “A cada novo país o vírus sofre mutações e vai se adaptando. Os kits de diagnósticos produzidos com anticorpos e antígenos importados podem ter baixa sensibilidade de detecção no Brasil, uma vez que não são adaptados à nossa realidade viral”.


Até o momento, o Brasil utiliza dezessete marcas diferentes de kits para diagnóstico rápido de Covid-19, todos autorizados pela Anvisa. “Todas [as marcas de kits] utilizam anticorpos e demais insumos importados, em sua maior parte, da China. Portanto somos dependentes do mercado externo, que atualmente também demanda muito dos mesmos insumos por conta da crise pandêmica”, apontou Calderaro.


O kit nacional de detecção do vírus SARS-cov-2 será parecido com o que já é utilizado para diagnóstico de HIV e de dengue. O paciente usa uma fita descartável, onde uma amostra de sangue ou saliva é depositada. A amostra passa por uma reação química, e a indicação da presença ou ausência do vírus vem alguns minutos depois. De acordo com o doutor em biotecnologia e pesquisador Diogo Castro, líder do estudo, grande parte do projeto do teste já está pronta. “Já temos a plataforma de produção de anticorpos e antígenos consolidada e estamos trabalhando para inseri-los na fita do teste rápido e disponibilizar para a sociedade”, afirmou.


Segundo Calderaro, a produção em massa dos kits de diagnóstico rápido no estado do Amazonas poderá ser utilizada, futuramente, como polo de produção em massa do produto, mas para o diagnóstico de doenças diferentes. “A mesma fábrica adotada pelo CBA para a covid-19 poderá ser utilizada para produção de outros anticorpos e testes para diagnóstico de outras doenças de importância regional e nacional”, afirmou.

Com Paraíba online

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