A promotora de Justiça de Bananeiras, Ana Maria Pordeus Gadelha, decidiu abrir um Procedimento Investigatório Criminal para apurar as denúncias de descumprimento das medidas restritivas decretadas para o combate ao coronavírus. A providência se deveu à repercussão em redes sociais e sites de notícias a respeito de festas realizadas em condomínios privados da região, resultando em aglomeração e risco maior de contágio da Covid-19. Ao final do PIC, pode ser adotada uma medida administrativa ou judicial adequada ao caso em concreto.
O episódio mais rumoroso envolveu o médico Edvan Benevides Júnior, que chegou a ser levado à delegacia de Solânea no domingo por causa de um evento com um trio de forró que foi filmado e denunciado às autoridades como um ato de desrespeito às medidas de prevenção ao novo coronavírus.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a promotora explicou as providências adotadas em Bananeiras para evitar o aumento de casos da doença e admitiu que os condomínios têm sido reportados como ambiente de descumprimento das medidas restritivas: “Temos recebido informações de que os que estão vindo para os condomínios, ocupando casas próprias ou mesmo alugadas, o que é proibido pelo decreto, estão promovendo festas, realizando encontros ou reuniões, com aglomeração de pessoas e sem obedecer as normas reguladoras de saúde. Chegaram informações e baseada em vídeos e fotografias remetidos ao MP pelo aplicativo WhatsApp foi instaurado um procedimento investigatório criminal para apuração dessas práticas inadequadas e que afrontam as normas estabelecidas nos decretos municipais”, explicou a promotora.
Ana Maria acrescentou que não visitou os condomínios, mas um deles foi objeto de averiguação pela Polícia Civil que confirmou a irregularidade e levou os responsáveis à delegacia.
“O que me deixa muito triste é saber que existem pessoas com um grau de insensibilidade tão grande que comemoram o que? a morte de milhares de pessoas? e vêm para um município como Bananeiras onde há um grande número de moradores carentes dependentes exclusivamente do serviço público de saúde, dos amparos sociais, das cestas básicas, da assistência social, numa época de pandemia.. e isso nos deixa indignados. São pessoas abastadas que têm dinheiro para gastar com festas, manter casas em condomínios e são indiferentes a esta situação, aos profissionais de saúde que estão arriscando suas vidas para salvar vidas”.
Com Parlamento PB