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O ministro paraibano do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo Filho, fez duras críticas ao governo federal pela falta de diretrizes no combate à pandemia do coronavírus. Ele foi o relator de uma auditoria que traz reflexos da crise ocasionada pela Covid-19 e o impacto causado pela falta de atenção do Ministério da Saúde com a população brasileira.
A auditoria foi feita dentro do Comitê de Crise e de acordo com o ministro, o governo não elaborou diretrizes claras e objetivos estratégicos para o enfrentamento da pandemia, que vem gerando decisões incoerentes e desarticuladas levando a população a questionar as medidas propostas e adotadas.
“Eu tenho que falar de um modelo de risco capaz de dizer: eu preciso fazer um lockdown aqui porque eu preciso achatar a curva acolá. Eu preciso diminuir a contaminação fazendo um isolamento vertical aqui, ou horizontal acolá”, exemplificou o ministro sobre o que o governo federal deveria deixar claro em suas medidas.
Para Vital do Rêgo, sem um modelo de gerenciamento integrado e de riscos, poderão ser adotadas ainda decisões ineficientes e ineficazes, o que vai incorrer na baixa efetividade das ações de prevenção no combate à doença e no desperdício de recursos públicos.
“Há uma briga desde o começo num jogo de responsabilidade, que nos deixa profundamente entristecidos com 50 mil mortes causadas pelo coronavírus”, disse.
Ele também destacou a ausência de lideranças e mecanismos para a ação coordenada dos ministérios e órgãos de linha podem também levar ao desperdício de recursos públicos e ao não atendimento emergencial das necessidades dos entes subnacionais da população e dos pacientes.
O ministro criticou a falta de médicos, sanitaristas e de técnicos da área, nos principais cargos do Ministério da Saúde, o que, segundo ele, é extremamente preocupante, pois até então não tem um ministro definitivo, como também a falta de comunicação do governo federal sobre o número de mortes e contaminados.
“Não tem nenhum profissional da saúde. Não tem nenhum secretário de Saúde. Não tem nenhum médico que possa esclarecer uma dúvida a respeito das prioridades das ações”, enfatizou.
No relatório, o ministro recomendou ainda a inclusão do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde no Comitê de Crise como membros permanentes com direito a voz e votos nas decisões do combate à pandemia. Também recomenda que a cada quinzena, o governo divulgue as atas de reuniões do comitê, bem como do Centro de Coordenação.
Com Agência Brasil