Se por um lado o número de confirmações diárias por covid-19 mostra um disparo na atualização desta sexta-feira (26/6), os novos registros de mortes ficaram abaixo da casa dos mil. Foram acrescidos mais 46.860 infecções no último balanço e, com isso o Brasil chega a 1.274.974 positivos para o novo coronavírus. O país ultrapassou, ainda, a marca de 55 mil mortos, chegando a 55.961 fatalidades. No entanto, com acréscimo de 990, o registro diário de óbitos foi o menor desde segunda-feira (22).

Com o crescimento de infectados confirmados na última semana, o coeficiente de incidência da covid por 100 mil habitantes passou de 508, com o fechamento da semana 25, para 606,7 até o último levantamento. A previsão é que com o término da semana 26, haja um novo recorde de acumulado de novos casos em sete dias. Já são 207.395 confirmações entre 21 e 26 de junho e a média da semana está em 34,5 mil novos registros por dia. Para passar o acumulado anterior, basta o acréscimo de mais 9.670 confirmações em 24 horas. 

A expectativa é que, com as liberações graduais de atividades e flexibilizações, aliada ao aumento de testagem, esses números continuem crescendo. “Observamos uma sequência de flexibilizações justamente em um período que a epidemia está crescendo. E isso reflete no aumento”, explicou o pesquisador José Alexandre Diniz Filho, professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O objetivo do Ministério da Saúde é testar 24,5 milhões de brasileiros com o RT-PCR, exame molecular capaz de detectar a presença do vírus. Os exames serão direcionados, agora, também para municípios menores, já que o Brasil vive uma onda de interiorização do vírus. 

Em relação às mortes, um dia antes do fechamento da semana 26, o país tem 5.985 óbitos. Para chegar ao somatório anterior, seriam necessárias mais 1.271 registros. No entanto, a média semana está em 997, o que indica que o Brasil concluirá a semana com uma diminuição em mortes. No entanto, é precipitado, ainda, avaliar que o país pode estar caminhando para uma estabilização, já que os próprios técnicos do Ministério da Saúde voltaram atrás na afirmação durante a única coletiva de imprensa concedida esta semana, na última quarta-feira (24/6). 

“A gente tinha falado, na semana anterior, que parecia que a curva tenderia a uma certa estabilização, com a diminuição dos números de casos. A gente vê que nesta semana tivemos um aumento significativo”, avaliou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia. 

O que se observa, por outro lado, é uma aumento de incidência da doença no Centro-Sul, justificada pela sazonalidade das doenças respiratórias no país. “Estamos vivendo agora uma transição entre estações. O início do inverno na região Sul e Centro-Oeste coincidiu com o aumento do número de casos notificados e confirmados de covid nessas regiões. Então a gente imagina que, aliado a isso tudo, a transição epidemiológica está ocorrendo no Brasil”, explicou o diretor do departamento de análise em Saúde e Vigilância, Eduardo Macário.

Mesmo com a migração, São Paulo continua liderando o ranking brasileiro, com 258.508 casos e 13.966 mortes. Outros oito estados já ultrapassaram a marca de mil óbitos cada. São eles: Rio de Janeiro (9.587), Ceará (5.920), Pará (4.803), Pernambuco (4.610), Amazonas (2.739), Maranhão (1.906), Bahia (1.642) e Espírito Santo (1.507). Juntos, esses estados somam 46.680 mortes, ou seja, 83,4% de todos óbitos.

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