
Renato Feder, que tinha sido convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de ministro da Educação no lugar de Carlos Decotelli, usou sua conta pessoal no Twitter para recusar a proposta. O educador vinha sendo duramente criticado por apoiadores do presidente desde que seu nome foi anunciado.
Nas postagens, o secretário de Educação do Paraná afirma que ficou honrado por receber o convite e desejou sorte a Bolsonaro e uma boa gestão no MEC.
Defesa
Feder já tinha usado a rede na manhã desta domingo para se defender das críticas de grupos bolsonaritas, que o consideram pouco conservador para o cargo de ministro da Educação e ligado ao governador João Doria (PSDB-SP ). As pressão vinha sendo feita por bolsonaritas do grupo evangélico e seguidores do escritor escritor Olavo de Carvalho.
Nas postagens, o secretário de Educação do Paraná disse que não é filiado a nenhum partido político, negou que tenha havido distribuição de livros com ideologia de gênero no estado, destacou pontos de seu currículo e disse que sua missão de vida é “ajudar na educação de nosso país”.
Ele comentou ainda sobre o livro que escreveu em 2007, ‘Carregando o Elefante – como transformar o Brasil no país mais rico do mundo’. Nele, o educador defendeu o fim do Ministério da Educação e a privatização do ensino público, começando pelas universidades.
– Escrevi o livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opinião sobre as ideias contidas nele. Acredito que todos podem e devem evoluir em relação ao que pensavam na juventude. Gostaria de ser avaliado pelo que eu penso e faço hoje como gestor público – escreveu.
Críticas
Nesta sexta-feira, O Globo publicou que o pastor Silas Malafaia enviou uma mensagem para o presidente assim que soube que Feder podia ser o escolhido, cobrando a nomeação de um gestor com “o mesmo viés que ele acredita”.
Nomes da ala militar do governo também advertiram Bolsonaro de que a nomeação de Feder poderia ser um erro por conta das duas denúncias do Ministério Público contra ele, acusado de sonegação fiscal totalizando R$ 22 milhões. Eles tentam emplacar Anderson Correia, ex-presidente da Capes e atual reitor do ITA, para o cargo.
Feder tem apoio de ministros generais, como Walter Braga Betto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Nas redes sociais, quem reclamou de Feder foi sua base ideológica, influenciada por Olavo de Carvalho. Os olavistas defendem a indicação de Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC; Sérgio Sant’Ana, ex-assessor do próprio Weintraub; ou Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica do MEC.
Do O Globo