A população de Lagoa Seca, no Agreste paraibano, está revoltada com a matança de animais que vem acontecendo na cidade. Em um período de dois meses, seis cães e dois gatos foram vítimas desse crime. Os tutores acreditam que eles tenham sido envenenados por meio de restos de carnes.
Os casos mais recentes aconteceram na Rua Francisco de Assis Farias, localizada no Bairro São José, onde mora o casal Fabiano de Oliveira e Elizane da Silva. Eles conhecem bem a dor e a tristeza deixadas pelo luto, já que perderam quatro cachorros para a maldade humana.
Em 2014, o vira-lata Negão foi resgatado das ruas pela família e ganhou um lar. Há um mês, o cachorro faleceu depois de voltar de um passeio pela cidade. “Ele voltou cambaleando, sem firmeza nas patas. Quando percebeu que a crise era grande e não iria superar, os olhos dele se encheram de água e as lágrimas pingavam no chão. Eu fiquei impressionado com aquilo”, contou Fabiano.
A cena foi tão forte que até hoje não saiu da cabeça de Fabiano. “Ele deitou e não deu tempo para mais nada. Após 20 minutos, morreu”, detalha. Segundo ele, outra cachorrinha da família, chamada Pretinha, também morreu envenenada depois de se alimentar de restos de carne que foram jogados no quintal da residência. O homem revela ter medo de que mais animais sejam vítimas do crime.
O envenenamento de animais está previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605, de 13/02/98). O artigo 32 da lei diz que é considerado crime ambiental “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”. A pena prevista é detenção de três meses a um ano e multa.