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No Brasil, infelizmente, é de conhecimento geral que a violência doméstica é um problema estrutural, onde a cada 7 minutos uma mulher é vítima de agressão. É de conhecimento geral também que o mundo atravessa atualmente um dos piores períodos de sua história. A pandemia do novo coronavírus traz a tona a todo momento enxurradas de problemas que, por ora, ainda não tem solução.

Como é de se imaginar, se juntarmos dois problemas graves o resultado não poderia ser diferente de um problema gravíssimo. Os dados mostram que durante o período de isolamento social, instaurado pelas autoridades de saúde como forma de evitar a disseminação e consequente contágio da covid-19, houve um crescimento no número de denúncias de violência contra a mulher de 13,35% em fevereiro, 17.89% março, 37,58% em abril, quando comparados ao mesmo período de 2019.

De acordo com a delegada Maira Roberta, titular da Delegacia da Mulher de Campina Grande, no Agreste paraibano, as causas que explicam esse aumento vão desde a angústia ocasionada pelo próprio período até questões sociais, como por exemplo o Auxílio Emergencial do Governo Federal.

Segundo informa a Maira, houveram relatos de violência não só de companheiros como de ex-companheiros que chegaram a agredir mulheres com o intuito de receber esse valor: “tivemos casos também de que, pelos dois receberem o auxílio e o homem imaginar que poderia dar algum problema, agrediu a mulher”, detalha.

Os casos de feminicídio, crime que configura o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima, também cresceram estratosfericamente durante o período de pandemia. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa de homicídio contra mulheres cresceu cerca de 22% no Brasil nos meses de março e abril se comparado com o mesmo período em 2019.

“Feminicídio é a última etapa de todo um processo de violência. Antes disso vem uma série de coisas como tortura psicológica, isolamento, ameaças, agressão física e, por fim, o assassinato”, explica a delegada campinense.

A mulher, principal vítima deve se manter atenta a qualquer sinal de violência vindo de seu cônjuge ou companheiro, segundo informa Maíra: “o feminicídio é um crime anunciado, pois o agressor dá sinais que a mulher deve estar atenta para realizar a denúncia e a prisão ser efetuada antes que o pior aconteça”, conclui.

Veja os vídeos:

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