O YouTube encerrou a conta da extremista Sara Giromini por “por violar os Termos de Serviço” da plataforma. O G1 acessou o endereço do canal de Sara na manhã desta terça-feira (18) e ele já estava fora do ar (veja foto acima).
Em resposta enviada ao G1, o YouTube diz que tem “políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma e encerramos qualquer canal que viole repetidamente nossas regras”.
Segundo as políticas do YouTube, um canal pode ser encerrado se descumprir recorrentemente as regras de uso. A cada violação, a conta recebe um “strike” – um tipo de aviso e punição. E, após 3 “strikes”, o canal é derrubado em definitivo.
No último fim de semana, Sara Giromini divulgou em vídeo no YouTube a identidade de uma menina de 10 anos, grávida após ser vítima de estupro e que fez a interrupção da gravidez garantida por lei.
Também foi a extremista quem divulgou o endereço do hospital em que ocorreria o procedimento. Enquanto os médicos cumpriam a decisão judicial, grupos contrários ao aborto tentaram impedir que o diretor do hospital entrasse na unidade. A direção da maternidade precisou chamar a polícia.
O Ministério Público do Espírito Santo acionou a Justiça e conseguiu retirar a publicação das redes sociais. Os promotores argumentaram que Sara Giromini desrespeitou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao expor a identidade de uma menor de idade, vítima de violência.
Contas bloqueadas no Twitter e Facebook
De feminista a chefe de grupo suspeito de ser “milícia armada”: quem é Sara Giromini?
Sara Giomini é um dos 16 perfis de aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, investigados por suposta disseminação de fake news, que foram bloqueados pelo Twitter e pelo Facebook no fim de julho.
A suspensão das contas foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão faz parte do inquérito das fake news, que apura ataques a ministros da Corte e disseminação de informações falsas e tem Moraes como relator.
Ao reiterar a ordem de derrubada das contas em território nacional, Moraes afirmou que o objetivo da medida é evitar que os perfis sejam utilizados para “possíveis condutas criminosas” apuradas.
Presa em junho
Apontada como chefe de um grupo de extrema-direita que apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Sara foi presa no dia 15 de junho, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que também é relator do inquérito que investiga a organização de atos antidemocráticos. Ela é suspeita de captar recursos para os atos.
No dia 24 de junho, Moraes decidiu que a extremista poderia deixar a prisão, mas passou a ser monitorada com tornozeleira eletrônica.
Sara é chefe do grupo 300 do Brasil, de apoio a Bolsonaro. O grupo se define como militância organizada de direita e foi responsável por um acampamento, com cerca de 30 pessoas, montado na Esplanada no início de maio e desmobilizado no meio de junho.
Um dos elementos que pesam contra o grupo é a movimentação pela captação de recursos para atos antidemocráticos, inclusive, a partir de uma vaquinha online para financiar as ações. Os investigadores apontam ainda que o grupo obteve por meio de uma plataforma de financiamento virtual uma soma de R$ 71,6 mil.
Veja a nota do YouTube na íntegra:
“O YouTube tem políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma e encerramos qualquer canal que viole repetidamente nossas regras. Aplicamos nossas diretrizes de forma consistente e independente de ponto de vista. Apenas no primeiro trimestre de 2020, encerramos globalmente mais de 1,9 milhão de canais da plataforma. No mesmo período, no Brasil, foram removidos mais de 480 mil vídeos que desrespeitavam nossas políticas.”