Steve Bannon, um dos principais mentores do populismo autoritário de direita no mundo, foi preso há pouco pelo Departamento de Justiça americano, por suspeita de fraude. A prisão traz dores de cabeça para a família Bolsonaro, de quem ele era conselheiro.
Líder do movimento conservador The Movement e estrategista da campanha de Trump em 2016, Bannon nomeou informalmente, em fevereiro de 2019, Eduardo Bolsonaro como o líder sul-americano do movimento da direita populista.
Um dos primeiros contatos entre os dois foi em novembro de 2018, quando o filho do presidente já eleito foi a um jantar de aniversário de Bannon em Washington e descreveu o aniversariante como uma “pessoa ícone no combate ao marxismo cultural” e desejou a ele “muitas felicidades”.
Na ocasião, Bannon contou à repórter Júlia Zaremba que tinha tido contato informal com a família Bolsonaro durante a campaha de 2018 e que estava “muito bem impressionado com Eduardo e seus assessores”, pessoas que compartilhavam “a mesma perspectiva em relação à economia, estabilidade, lei e ordem”.
Não se sabe a que lei e ordem Bannon se referia.
Segundo o DoJ, ele foi preso após ser indiciado pelo crime de conspiração para cometer fraude numa campanha de arrecadação de fundos para apoiar a construção de um muro entre os Estados Unidos e o México — uma das principais bandeiras de Donald Trump em sua campanha e no começo de seu mandato.
A campanha We Built That Wall (Nós construímos o muro) arrecadou US$ 25 milhões (R$ 142 milhões) recebendo dinheiro de centenas de milhares de americanos. Mas o dinheiro, segundo o DoJ, foi desviado para pagar despesas próprias dos organizadores da campanha de Bannon.
Com Época