A Polícia Federal intimou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a deporem como testemunhas no inquérito em curso no STF (Supremo Tribunal Federal) que apura a realização de atos antidemocráticos. Ambos são filhos do presidente Jair Bolsonaro.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou contra a oitiva dos dois.

O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, mas há uma discussão jurídica sobre a necessidade ou não de autorização judicial para ouvir testemunhas.

A PGR, por exemplo, alegou que os depoimentos não poderiam ocorrer porque a Procuradoria se opôs a essa diligência.

A PGR sustentou que não há indícios de envolvimento deles nas manifestações e que as oitivas não seriam fundamentais para a apuração do caso. A PF, porém, não mudou de posição.

O inquérito em questão foi aberto em 21 de abril por Moraes, a pedido da PGR, e mira integrantes da militância bolsonarista que participaram de manifestações com pautas favoráveis ao AI-5 e ao fechamento do Congresso e do STF.

O relator já determinou mandados de busca e apreensão, quebra do sigilo bancário e outras diligências contra dez deputados federais, um senador e diversos outros apoiadores do chefe do Executivo.

O blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, o marqueteiro Sérgio Lima e o empresário Otávio Fakhoury são outros envolvidos no caso.

Uma linha de apuração neste inquérito, segundo a PGR, busca esclarecer se os investigados se articularam com parlamentares e outras autoridades com prerrogativa de foro no STF “para financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime pela Lei de Segurança Nacional (7.170/1983)”.

Ao autorizar a operação no inquérito em 16 de junho, Moraes afirmou que o grupo que organizou os atos é financiado por diversas formas por empresários.

O ministro também citou que a PGR indicou a estruturação da associação criminosa, que seria formada por quatro núcleos, intitulados “organizadores e movimentos”, “influenciadores digitais e hashtags”, “monetização” e “conexão com parlamentares”.

Diante dos indícios, os pedidos da procuradoria para avançar nas investigações tornaram-se “imprescindíveis”, segundo o ministro.

O inquérito corre sob sigilo e nenhum dos órgãos se pronunciou oficialmente sobre o depoimento de Carlos e Eduardo.

Com ClickPB

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