01/12/2017- Carne de bode de Pintadas está entre os destaques do Bahia Rural Contemporânea, Os cortes nobres de carne de bode, produzidos pela Cooperativa da Agricultura Familiar de Pintadas (Cooap), da marca Fino Sertão, estão entre os destaques apresentados na Praça Gastronômica do maior evento de apoio e comercialização da agricultura familiar do país, o Bahia Rural Contemporânea, que acontece até este domingo (3), no Parque de Exposições de Salvador, durante a 30ª Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro). Foto: Andre Frutuoso

Pesquisadoras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) detectaram uma mudança geracional em andamento, em Catingueira, no Sertão da Paraíba, e na Zona Rural de Orobó, no Agreste pernambucano, por conta do Bolsa Família, programa de transferência de renda do Governo Federal que tem o intuito de contribuir para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil.

De acordo com a professora do Departamento de Ciências Sociais da UFPB e coordenadora da pesquisa, Flávia Pires, a Geração Bolsa Família pode ser caracterizada pelo aumento e diversificação do consumo familiar e infantil, expansão do acesso à educação formal, permanência das crianças na escola e redução considerável do trabalho infantil, embora as crianças continuem trabalhando, principalmente nas suas unidades domésticas.

A proposta atual do estudo da UFPB é explorar um contexto de cidade de grande porte. Nesse caso, será executado em João Pessoa, levando em conta a atual crise econômica e política e a retração dos benefícios.

“Metodologicamente, queremos elaborar uma modelo de metodologia que denominamos de Avaliação Crítica de Políticas Públicas por Crianças (ACPPC), com o objetivo de aplicá-la a outros contextos e para outras políticas”, conta a docente da UFPB.

Flávia Pires explica que o estudo aborda questões geracionais e como o consumo familiar e infantil, escolarização e o trabalho das crianças têm sido transformados ao longo das últimas seis décadas, através de intensa pesquisa qualitativa que envolve avós, mães e filhos.

“O grande diferencial da nossa pesquisa tem sido incluir as crianças como sujeitos capazes de realizar uma interpretação crítica do programa, tendo um entendimento global da política e um ponto de vista particular dos seus efeitos”, reforça a professora da UFPB.

Conforme Flávia Pires, o Programa Bolsa Família vem perdendo capilaridade na sociedade brasileira. A mudança, segundo a pesquisadora, acontece desde 2016, a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Com o custo de vida aumentando, os benefícios sendo mais rigidamente controlados e toda uma rede de proteção social sendo destruída, o benefício já não é suficiente para impedir a volta assombrosa da pobreza e da miserabilidade”, alerta.

“O atual governo não ganhou a eleição por ter prometido aumentar a seguridade social, combater a pobreza intergeracional, fortalecer o desenvolvimento social. Pelo contrário, sua política sempre foi de cortes nos gastos públicos, favorecimento de alguns setores da indústria (notadamente o agronegócio)”, completa Flávia Pires.

Também contribuem para o estudo as pesquisadoras Patrícia Santos, Natalia Moura e Ana Victoria Batista.

O programa

O Bolsa Família é um programa da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil. Ele foi criado em outubro de 2003, no primeiro mandato do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e possui três eixos principais: complemento da renda, acesso a direitos e articulação com outras ações, a fim de estimular o desenvolvimento das famílias.

A gestão do Bolsa Família é descentralizada, ou seja, tanto a União, quanto os estados, o Distrito Federal e os municípios têm atribuições em sua execução. Em nível federal, o Ministério da Cidadania é o responsável pelo programa e a Caixa Econômica Federal é o agente que executa os pagamentos.

O valor que cada família recebe por mês é a soma de vários tipos de benefícios previstos no Programa Bolsa Família e que dependem da composição (número de pessoas, idades, presença de gestantes etc.) e da renda da família beneficiária.

Em 28 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro, que está no seu segundo ano de governo, confirmou o Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família e o auxílio emergencial, concedido durante a pandemia do novo coronavírus. A quantia a ser paga à população ainda não está definida, mas a expectativa é de que seja entre R$ 200 e R$ 300.

Com Portal Correio

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