Uma mulher busca por Justiça após registrar sete boletins de ocorrência contra o ex-companheiro e ele continuar solto, em João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, como o homem consegue fugir do flagrante, apenas o judiciário pode decidir pela prisão dele.
De acordo com a vítima, em entrevista à TV Cabo Branco, ela e o ex-companheiro já terminaram várias vezes. Ela já foi agredida fisicamente e ameaçada pelo homem. “Eu voltava pra ele, algumas vezes, por amor. E outras foi por ameaça dele”, contou.
O homem também ameaçava a família dela, dizendo que iria ‘tomar satisfação’ com a irmã dela caso ela se separasse.
Atualmente, os dois estão há cinco meses separados. Durante esse tempo, o homem destruiu a casa da irmã da vítima, quebrando os portões.
“Os ataques dele são na covardia, quando não tem ninguém. Muitos de 5h, quando saio pro trabalho, quando vou pegar o transporte pra trabalhar”, disse.
A vítima conta que aciona o sistema SOS da Polícia Militar, mas mesmo os policiais atendendo rapidamente, o suspeito sempre consegue fugir de motocicleta. Além de pedir por justiça, a mulher pede que as pessoas da comunidade onde vive parem de informar sobre ela para o ex-companheiro.
“Eu quero que as pessoas saibam que, quando ele me matar, porque isso vai acontecer, porque ele é um psicopata, as pessoas saibam que ‘ah, ela morreu! Morreu por quê? Porque ela era uma pessoa fácil’, isso não é verdade! Eu quero só pedir Justiça”, desabafou.
Segundo a delegada Maria das Dores, da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher, esse é um caso particular, pois o flagrante do suspeito não consegue ser feito e fica a cargo do judiciário decidir pela prisão.
“Quando acontecia o fato, ela acionava a PM (Polícia Militar), a PM ia de imediato mas não conseguia fazer o flagrante. Todos os procedimentos foram relatados, concluídos e encaminhados à Justiça e esperamos que o judiciário tome uma medida urgente porque o caso precisa de uma medida mais drástica”, contou.
A delegada também reforça que a vítima tem o acompanhamento da patrulha, foi encaminhada ao atendimento psicossocial e que outras vítimas são encorajadas a denunciar casos como este.
“São fatos isolados, mas a polícia fez tudo o que tinha que fazer ao seu alcance. Quando o indivíduo consegue fugir do flagrante a polícia só pode tomar uma medida restritiva da liberdade com a permissão do judiciário”, disse a delegada.
Em casos de violência contra à mulher, as vítima – e pessoas que presenciarem os casos – podem chamar a polícia através dos números 197 e 180.
Com G1/PB