Rio de Janeiro – Blocos de rua tradicionais, como Cacique de Ramos e Bafo da Onça, entre outros, desfilam pelo centro do Rio (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Não haverá carnaval dos blocos de rua do Rio de Janeiro em 2021. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (28), em reunião virtual da qual participaram o presidente da Riotur, Fabrício Villa Flor, infectologistas e representantes dos blocos de carnaval de rua e da área de segurança pública.

“O acontecimento do carnaval está diretamente ligado à chegada da vacina. Sem vacina não é possível termos carnaval de rua, nem mesmo os desfiles das escolas de samba, como a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) já havia anunciado no mês passado”, disse Villa Flor.

A live ainda contou com a participação da presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade (Sebastiana), Rita Fernandes; da médica infectologista Marília Santini, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz); do professor de epidemiologia Roberto Medronho, da Faculdade de Medicina da UFRJ; e da promotora de Justiça Andrea Amin, coordenadora do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaesp).

Todos concordaram que são inviáveis os desfiles de rua antes de haver vacinação segura contra a covid-19. “Sem vacina, não é possível termos o carnaval nos moldes tradicionais, como conhecemos há décadas. Como não ouvir especialistas? Como não ouvir os que participam de toda a engrenagem dos blocos de rua? A posição dos blocos foi muito responsável, e eu os parabenizo por isso”, disse Villa Flor.

O presidente da Riotur lembrou que a pandemia não acabou. “Ainda estamos em meio à pandemia da covid-19. Portanto, nossa posição é: sem vacina, não é possível fazermos uma previsão para a realização do Carnaval Rio 2021. Chegando a vacina, conseguiremos fazer o planejamento e falar em datas”, acrescentou.

Segundo a presidente da Sebastiana, Rita Fernandes, pela avaliação dos especialistas em saúde, até julho do ano que vem, não haverá possibilidade de imunização de toda a população do Rio. “Se liberar o público no segundo semestre, a gente não pode fazer a festa. Fica muito em cima e, do ponto de vista da regulamentação, legalização, para nós, no segundo semestre é inviável.”

Rita Fernandes informou que a Sebastiana vai procurar outras alternativas, como lives, shows transmitidos por redes sociais, eventos fechados. “Coisas assim, que a gente possa ter controle.”

Com Agência Brasil

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