Foto: Arquivo pessoal/ Divulgação

Quando as mãos de Maria de Lourdes Vitorino da Silva tatearam as cobertas da cama à procura do marido, Marcos Antônio da Silva, de 64 anos, ela não estranhou a ausência habitual. O homem costumava acordar cedo para trabalhar no roçado da família, no Sítio Estivas, em Areial, mas sempre retornava para casa no horário do almoço.

Até que, na última terça-feira (27), em um dia que teria tudo para ser igual aos outros, ele desapareceu sem deixar vestígios. Ninguém viu nem ouviu nada que pudesse explicar o que aconteceu. O lado vazio da cama do casal e a mesa cuidadosamente posta tornaram-se uma metáfora para a esperança de uma família que aguarda ansiosa o reencontro.

De acordo com o filho do casal, Rafael Antônio da Silva, o dia anterior ao sumiço do pai correu dentro da normalidade. “Meus pais foram tirar a aposentadoria e fizeram a feira, como faziam todo mês. Passou-se a noite, com todo mundo aqui em casa e sem nenhuma discussão. Foi um dia normal, como outro qualquer”, narrou.

O que Rafael não imaginava era que, a partir de então, se lançaria em uma busca desesperada para descobrir o paradeiro de seu pai, quando, no dia seguinte, ele não apareceu para almoçar e nem deu notícias aos familiares.

“Minha irmã foi mexer nas coisas dele e sentiu falta de uma camisa vinho, da calça jeans, do celular e do óculos. Ela também sentiu falta de uma bolsa que meu pai usava para guardar o CPF, a carteira de identidade, o cartão de aposentadoria e uma pouca quantia em dinheiro”, contou o jovem.

Já no final da tarde, eles realizaram buscas pelas imediações do sítio. “Falamos com amigos e vizinhos, e também entramos em contato com pessoas próximas de outras cidades; todas disseram a mesma coisa, que não tinham informações e que avisariam se aparecesse. Procuramos a agência [de transporte intermunicipal] para ver se ele tinha comprado meia passagem, fomos também ao Instituto Médico Legal e ao Hospital de Trauma, mas não havia registro de entrada de alguém com as características dele”, declarou.

Foto: Arquivo pessoal/ Divulgação

Após o desaparecimento completar mais de 24h, a família iniciou uma campanha nas redes sociais para encontrar Marcos Antônio. Sensibilizados com a história, os moradores da cidade de Areial se mobilizaram para dar um desfecho feliz ao caso. Contudo, não há nenhuma informação concreta sobre as circunstâncias do sumiço misterioso. “É um pouco difícil pela hora que ele saiu de casa, afinal, era muito cedo e não tinha ninguém na rua”.

Segundo Rafael, o quadro de saúde do pai não apresentava problemas psicológicos. Essa teria sido a primeira vez que o homem desapareceu. “Ele nunca fez isso antes. Quando saía para um lugar perto, ele avisava; quando era para um lugar mais distante, ia com a minha mãe”.

Para aumentar o mistério em torno do sumiço, o jovem revelou que Marcos Antônio era muito querido pelos moradores de Areial. “Quem conhece meu pai sabe da índole dele. Não tinha nenhum inimigo e nem gostava de encrenca. Era um homem tranquilo, um homem que todo mundo gostava e queria bem”, elogiou.

A família registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Esperança informando sobre o desaparecimento de Marcos Antônio. Quem tiver informações sobre o paradeiro dele deve entrar em contato com a Polícia Civil através do telefone (83) 3361-3295.

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