A primeira fase da vacinação no Brasil começou no fim de janeiro, mas os governadores ainda cobram do governo federal um cronograma para o fim dessa etapa inicial. O que os gestores querem é que o ministério da Saúde garanta que a compra de doses e de insumos permitirá a execução do Plano Nacional de Imunização sem interrupções. Em alguns estados, como no Rio, já há ameaças de suspensão da vacinação.
De acordo com jornal Valor Econômico, os governadores voltarão a se reunir com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na próxima quarta-feira (17). Eles vão cobrar um cronograma de entrega de vacinas.
O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), confirmou ao Conversa Política que vai participar do encontro virtual.
Ajuda do Congresso
Semana passada, Azevêdo e outros gestores estaduais se reuniram com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e pediram a atuação do parlamento. Eles estão céticos com a promessa do ministro de vacinar 50% da população brasileira até junho.
“Nos aproximamos de 30 dias do início da vacinação com perspectiva de alcançar apenas 3% da população brasileira vacinada. Neste ritmo, o plano do governo de vacinar até junho 50% da população não vai se concretizar. Seguindo nesta lentidão, o Brasil deve chegar a cerca de 20% da população vacinada”, disse governador do Piauí, Wellington Dias (PT), ao jornal.
Outras preocupações
De acordo com Dias, na reunião, os gestores também pretendem tratar do pagamento das UTIs em atividade desde janeiro, com a ampliação das vagas para atender ao aumento da demanda prevista. “Até dezembro, tínhamos 12.000 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. A doença se propagou e chegamos a cerca de 15.000 leitos necessários”, afirma Dias. “Foram encerrados 6.000 credenciados e agora em fevereiro vencem mais 3.000. Ou seja, de 15.000, vamos ficar com 3.000 leitos de UTI credenciados?”, contestou.