Mais de cem dias após acidente, família de Vandecir Ataíde Cavalcante, de 51 anos (foto) clama por justiça.Foto: reprodução / redes sociais

Mais de cem dias se passaram desde a tragédia ocorrida no dia 15 de novembro, domingo marcado pelas eleições municipais em todo o estado da Paraíba, quando o padre José Assis Pereira, após assumidamente ter ingerido grande quantidade de álcool, invadiu a faixa contrária da BR-104 nas imediações da cidade de Esperança, no Brejo paraibano, e atingiu em cheio uma motocicleta com dois ocupantes. Um deles, o agricultor Vandecir Ataíde Cavalcante, de 58 anos, morreu antes de receber socorro.

Além de Vandecir, conhecido carinhosamente na região por “Vando”, a ação irresponsável do sacerdote vitimou támbem o operário Adaílton Batista, de 43 anos, que precisou ser submetido a uma série de cirurgias e, até hoje, sofre com as consequências do acidente.

Carro do padre ficou completamente destruído após acidente causado por excesso de bebida alcóolica. Foto: Amy Nascimento / TV Paraíba

Três meses após o fato a população ainda se pergunta: o que aconteceu com o acusado do crime? De acordo com o delegado seccional de Polícia Civil do município de Esperança, Dr. Ariosvaldo Adelino de Melo, que conduziu inicialmente as investigações, após a prisão em flagrante do suspeito, o caso foi encaminhado ao judiciário. No dia 17 de novembro, após apenas dois dias de detenção, a juíza Paula Frassinetti Nóbrega concedeu liberdade provisória ao padre José Assis Pereira alegando que “a prisão, antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, somente deverá ocorrer em caso de extrema necessidade”. Até o momento, nenhuma decisão foi tomada pela justiça.

Mais de três meses após o ocorrido que vitimou duas pessoas, uma delas fatalmente, padre José Assis Pereira segue em liberdade. Foto: reprodução / redes sociais

Enquanto de um lado a indefinição do caso segue, do outro existem famílias desassistidas. Segundo Vanderleia Cavalcanti, filha de Vandecir, até o momento nem o laudo médico do Instituto de Medicina Legal (IML) foi entregue à família, já por parte da Diocese de Campina Grande, receberam apenas palavras de pesar.

— Nós já fomos atrás diversas vezes do laudo do IML, e nem isso nos foi dado. Seguimos desamparados. Além de uma nota de pesar emitida pela Diocese logo após o acidente, nada foi feito por nós — afirmou Vanderleia.

Situação semelhante acontece com Ana André da Cruz, esposa de Adaílton que, apesar de felizmente ter sobrevivido ao acidente, está impossibilitado de trabalhar e, consequentemente, de prover sua família.

— Nada. Absolutamente nada nos foi dado, nem sequer nos procuraram (Diocese). A única ajuda que estamos tendo é de amigos e vizinhos que se compadecem da nossa dor — pontuou Ana.

A Diocese de Campina Grande se pronunciou pela última vez sobre o fato em novembro do ano passado, onde, em parte de uma nota divulgada à imprensa, afirmou que “reafirma-se o compromisso com a vida, a integridade e a dignidade de todos os seres humanos”.

Veja relato dos familiares do agricultor:

Por Pedro Pereira

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