O governador João Azevêdo (Cidadania) rebateu os números apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre verbas federais que teriam sido repassadas em 2020 para o combate à pandemia da Covid-19. Segundo o presidente, o seu governo destinou no montante de R$ 21,2 bilhões à Paraíba, sendo R$ 6,7 bilhões apenas em auxílio emergencial.
Em mensagem publicada nas redes sociais, Azevêdo afirmou que o presidente quer confundir a população.
“A Paraíba não recebeu R$ 21 bilhões para combater a pandemia. Mais uma vez estão tentando confundir a população, distorcendo valores que incluem FPE, FPM, Auxílio Emergencial, entre outros que são obrigações constitucionais e não podem ser usados no enfrentamento à Covid-19”, postou na manhã desta segunda-feira (1º) em sua conta no Twitter.
Mais cedo, ao Conversa Política, Letárcio Tenório Guedes, chefe da Controladoria Geral do Estado, já havia afirmado que os valores apresentados pelo presidente da República não refletem os que o governo do Estado recebeu. “Creio que essa conta deve incluir todos os municípios, auxílio emergencial e não propriamente o que foi enviado ao Governo do Estado da Paraíba. Não podemos comparar (com os dados apresentados pelo presidente)”, explicou.
Indignação e desinformação
Outros governadores do país já demonstraram indignação com os números publicados
por Bolsonaro. É que para eles, o presidente “mistura” tudo, junta dados de despesas obrigatórias, repasses aos municípios e recursos da pandemia, para confundir a opinião pública e colocar a população contra os gestores estaduais. Ao lado e abaixo, publicação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e do governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Bolsonaro tem alimentado uma ‘guerra discursiva’, com ‘desinformação’, para colocar a culpa do colapso do sistema de saúde, em alguns estados, nas “costas” dos governadores.
A maioria tomou medidas restritivas para aumentar o isolamento e diminuir a contaminação pelo coronavírus. Semana passada, o presidente tentou “lavar as mãos” e dizer que são os gestores que “fecham tudo” vão ter que pagar o auxílio emergencial. Desde de sempre, o presidente é contra medidas de distanciamento social, como fechamento de atividades comerciais.
Reunião
A exposição dos números, que são “deturpados”, segundo os governadores, foi feita logo após uma reunião que Bolsonaro teve com o presidente da Câmara Federal, Artur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e outros integrantes da sua equipe para tratar da pandemia.
Na reunião, estiveram os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Paulo Guedes (Economia), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil). Na pauta, vacina, auxílio-emergencial; PEC Emergencial, Emprego; e Situação da pandemia.
Com Jornal da Paraíba