A Polícia Civil indiciou Jonathan Henrique G. dos Santos, de 23 anos, pelo feminicídio e pela ocultação de cadáver da jovem Patrícia Roberta, em João Pessoa. A namorada dele, Ivyna Oliveira, também foi indiciada por ocultação de cadáver. A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado Canrobert Rodrigues, da Polícia Civil, nesta quinta-feira (20). No entanto, o indiciamento do casal ocorreu na semana passada.
Procurado pelo G1, o advogado de Jonathan, Rafael Garziera disse que não há uma posição sobre o indiciamento porque até hoje a Polícia Civil não concedeu à defesa o acesso à perícia. “Ficamos de mãos atadas para manifestar e traçar uma estratégia principal porque a polícia não juntou a perícia aos autos do processo que temos acesso, não sei se propositalmente ou por não terem concluído, mas vamos tomar uma medida legal para que acelerem isso ou criem uma outra alternativa”, afirmou.
O advogado de Ivyna Oliveira, namorada de Jonathan, disse que ela está apenas sendo investigada e que o inquérito não foi concluído. “Ela nega veementemente a acusação e diz que esteve com o Jonathan durante o final de semana, e que em nenhum momento havia nada suspeito na casa relacionado à Patrícia”, disse Gustavo Botto.
Em depoimento, Jonathan preferiu não se pronunciar e só deve falar em juízo. A audiência de custódia, que foi realizada no dia 28 de abril, determinou que Jonathan fosse conduzido ao presídio do Roger, em João Pessoa, após quarentena na Central de Polícia.
A causa da morte de Patrícia ainda não foi revelada. A assessoria da Polícia Civil informou que não pode dar mais informações sobre o caso porque a Justiça decretou o sigilo das investigações.
Depoimento da namorada em duas versões
A namorada de Jonathan já havia prestado depoimento à polícia. Ela está grávida dele, com 5 meses de gestação. Na primeira versão, informada durante coletiva da Polícia Civil, Ivyna disse que o namorado chegou a contar que encontraria com Patrícia na sexta-feira, dia 23 de abril, mas ela garantiu que passou boa parte do fim de semana em Mangabeira com ele.
Portanto, enquanto Patrícia estava presa no apartamento em Gramame, Jonathan e a namorada estariam em Mangabeira. Ele a teria deixado na casa da mãe dela no domingo à noite, quando a namorada teve o último contato com o suspeito.
Em outra versão contada em novo depoimento, segundo a própria defesa dela, Ivyna afirmou à polícia que esteve com Jonathan no domingo, dia 25 de abril, no apartamento em Gramame durante a tarde e a noite, mas retornou para a casa da mãe por volta das 19h. Na segunda, dia 26, os dois estiveram juntos na casa de uma amiga do casal.
O advogado dela disse que ela estava nervosa e não soube contar os horários e detalhes de forma precisa, mas, ao analisar as conversas e conversar com a defesa mais tranquilamente, contou informações mais assertivas.
A morte de Patrícia
Patrícia Roberta, de 23 anos, saiu de Caruaru e foi para a casa de Jonathan, em João Pessoa, na sexta-feira, 23 de abril. No domingo (25), não manteve contato com a família e foi considerada desaparecida. Na terça-feira, a Polícia Civil e Polícia Militar iniciaram buscas na região de Gramame, onde fica o apartamento do suspeito, e encontraram o corpo da jovem em uma área de mata no Novo Geisel. Jonathan e Patrícia seriam amigos há dez anos.
Com G1/PB