Moradores de dois prédios na Muzema, na Zona Oeste do Rio, deixaram às pressas os apartamentos por volta das 2h desta segunda-feira (14), depois que ouviram estalos e perceberam rachaduras nas paredes. O incidente foi em um condomínio na Estrada de Jacarepaguá 115.
A Defesa Civil foi acionada e esvaziou oito prédios preventivamente. Cerca de 60 famílias deixaram os imóveis ainda de madrugada.
Às 7h, no entanto, técnicos não constataram riscos de ruptura ou desabamento e liberaram o retorno dos moradores.
A Muzema é o mesmo sub-bairro onde, em 2019, dois prédios vieram a baixo, matando 24 pessoas.
A região também é vizinha de Rio das Pedras, comunidade na qual outro edifício ruiu no início do mês, deixando pai e filha mortos.
Os dois prédios onde os estalos foram ouvidos têm cinco andares, com seis apartamentos por andar.
Moradores relataram que um dos prédios aparentemente está torto e chamaram o Corpo de Bombeiros.
Uma delas contou que acordou com os gritos dos vizinhos e que saiu às pressas na companhia do filho de 7 anos de idade.
Segundo a subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo, durante a vistoria nas unidades os técnicos da Defesa Civil descobriram uma obra irregular.
“Estavam fazendo um bate-estaca dentro de uma garagem, a princípio, para reforçar esse prédio. Reforçar um prédio sem uma licença de obra, sem um responsável técnico, é um absurdo, e isso a gente não vai deixar acontecer. Então imediatamente isso foi proibido, a interdição foi feita e vai continuar até que um responsável apareça”, detalhou.
Outros incidentes na região
No último dia 3, pai e filha morreram no desabamento de um prédio de quatro andares em Rio das Pedras, também na Zona Oeste do Rio. Outras quatro pessoas ficaram feridas, entre elas a mãe da criança morta.
Na Muzema, em 2019, o desabamento de um prédio deixou 24 mortos. A região foi transformada nos últimos anos pela expansão imobiliária irregular.
Fotos aéreas do entorno da Lagoa da Tijuca feitas em 2004 e 2019 mostram que áreas verdes, inclusive às margens da lagoa, foram tomadas por construções de casas e prédios. Um crescimento muito grande e desordenado.
Com Click PB