RICARDO DELLA COLETTA E MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Palácio do Planalto tornou oficial nesta quinta-feira (12) o uso da máscara de proteção facial como item “opcional”, contrariando normas sanitárias de prevenção à Covid.
Durante evento de cumprimento a oficiais-generais promovidos, o locutor do cerimonial do palácio afirmou: “informamos que o uso da máscara nesta cerimônia… é opcional”
O anúncio do cerimonial foi inusitado. Mas não por contrariar recomendações de especialistas em saúde.
Ele gerou estranhamento porque em muitos eventos com Bolsonaro o item já é tratado como facultativo.
No Palácio do Planalto, é comum encontrar servidores que não usam máscaras. O próprio presidente só passou a usá-las em cerimônias no Planalto no início deste ano, diante da queda de sua popularidade e do aumento das críticas contra a resposta do governo à pandemia da Covid.
No ato desta quinta, Bolsonaro estava sem o item de proteção. Também não usaram máscara os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Walter Braga Netto (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Segurança Institucional).
Os comandantes do Exército, Paulo Sérgio, da Marinha, Almir Garnier, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, tampouco estavam usando máscaras. Já o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) começou o evento dispensando o item, mas o colocou quando foi chamado a cumprimentar os oficiais.
Entre os ministros, a exceção foi a chefe da secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), que utilizou o equipamento de proteção.
A maioria das autoridades no dispositivo principal estava acompanhada de suas esposas. Diferentemente dos maridos, todas –com uma exceção– estavam de máscara.
Bolsonaro já questionou a eficácia de máscaras e sua adesão ao uso do equipamento varia de acordo com o evento que ele participa.
Mais cedo na quinta, em cerimônia no Clube do Exército, todos os participantes, inclusive Bolsonaro, estavam de máscara.
Na semana passada, ao receber no Palácio da Alvorada o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a adesão às máscaras dividiu as delegações. Os brasileiros estavam sem máscara enquanto todos os portugueses utilizavam as suas.
Em junho, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar ter pedido ao Ministério da Saúde um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi vacinado contra a Covid ou quem já se infectou com o coronavírus, o titular da pasta, Marcelo Queiroga, afirmou que o país precisava avançar na vacinação antes de adotar a medida.
Queiroga tem dito que até o final do ano o item poderá deixar de ser exigido.
Com Folhapress