A cesta básica mais o gás de cozinha correspondem a mais de 50% do salário mínimo, aponta economista.

Setembro vai começar com grande impacto no bolso dos brasileiros com o aumento da energia elétrica e do preço do botijão de gás de cozinha. Nesta terça-feira (31), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou a “bandeira tarifária escassez hídrica”, o que deve representar um aumento de 7% nas contas de todo o país a partir deste mês.

Em relação ao gás de cozinha, o botijão de 13kg que tem o preço médio de R$ 100 na Paraíba, vai sofrer um aumento pelo dissídio coletivo e, provavelmente, outro pela Petrobras, alertam sindicalistas. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás GLP da Paraíba (Sinregás), Marcos Antônio Bezerra, afirmou que o preço máximo poderá chegar a ser encontrado por R$ 115 no estado após os reajustes.

O professor Cássio Besarria, do Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realiza levantamentos diários do custo da cesta básica no estado e apontou as consequências dos recentes aumentos para a população que vive com o atual salário mínimo de R$ 1.100.

“Quando a gente olha os dados a cesta básica hoje está aproximadamente por R$ 500. Você tem o gás de cozinha a quase R$ 100. Então, apenas a cesta básica e o gás de cozinha representam mais de 50% do salário mínimo, ficando o restante para distribuir em transporte, pagamento de energia, vestuário, etc. Então é um desafio tremendo viver hoje com um salário mínimo. Hoje, a inflação dos mais pobres chega quase a 10%, muito superior à inflação dos mais ricos. Então, esses dados têm impacto maior naquelas pessoas de baixa renda”, afirma.

O economista ressaltou que o acompanhamento e pesquisa de preços ainda é a melhor forma para mitigar os efeitos da inflação.

“A gente percebe, por exemplo, que em alguns dias da semana o custo da cesta básica é menor que nos demais. No último mês, a quarta-feira foi identificada como o dia que teve menor preço. O turno que a pessoa faz compra também, às vezes, tem influência no preço final. Aliado a isso, temos a ideia de substitutos de produtos que estão ligados à sazonalidade. Ou seja, períodos de alta safra em que os preços são baixos e períodos de baixa safra em que os preços são maiores. Então, é ficar atento a esses períodos sazonais”, concluiu.

Com Click PB

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