Senadores da base governista que estão na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 querem a convocação de médicos desligados da Prevent Senior para averiguar a declaração do diretor-executivo da Prevent, Pedro Batista Júnior, de que dois ex-funcionários estariam envolvidos nas acusações contra a operadora e teriam manipulado dados. A advogada defensora de 12 médicos que denunciaram a Prevent por ocultar mortes por Covid-19 e realizar experimentos sem autorização, Bruna Morato, afirma que as informações dos clientes são verdadeiras. A informação é do R7.
Morato disse em depoimento, nesta terça-feira (28), que tem certeza de que não houve manipulação de dados na planilha de pacientes que participaram do “estudo” do uso da cloroquina. A droga não tem comprovação científica de eficácia no combate à doença.
A acusação de alteração de informações foi feita na semana passada por Batista Júnior, que prestou depoimento à CPI. Segundo ele, dois médicos teriam roubado os dados após serem desligados e adulterado a planilha para prejudicar a Prevent Senior, a fim de “fabricar” denúncias contra a empresa.
A Prevent Senior é alvo de denúncias encaminhadas à CPI por médicos que trabalharam na operadora durante o período mais agudo da pandemia e que são representados por Bruna Morato. O senador da base Marcos Rogério (DEM-RO) chegou a indagar à advogada se os dois médicos citados pelo diretor da Prevent faziam parte do rol de clientes, mas a informação não foi repassada por questões de sigilo profissional.
“Para que não se crie nessa comissão a inovadora figura de testemunha por procuração, requeiro a convocação para que sejam ouvidos os médicos George Joppert Netto e Andressa Fernandes Joppert. E que, então, como testemunhas, falem diretamente a esta CPI sem intermediários”, solicitou o governista.
Segundo Marcos Rogério, essa seria a alternativa para apurar a versão narrada por Batista Júnior e aprofundar as investigações, uma vez que a advogada não personificou os denunciantes. “É fácil saber quem foram os demitidos. Em meio de 5 mil profissionais, o número não é tão grande. Que se faça a convocação desses profissionais para que se possa buscar a verdade e, sob juramento, eles possam vir a esta CPI para poder dizer os fatos.”
Mesmo sem revelar a identidade dos clientes, a advogada afirmou ter certeza de que os dados não foram modificados. “Eu fiz a verificação de forma unilateral, independentemente das informações a mim transferidas pelos meus clientes, dos óbitos, para ver se eles realmente estavam dentro do cadastro nacional, e verifiquei que de fato eles estão. Assim como verifiquei todas as informações que me foram trazidas. Então, eu tenho segurança em dizer que não houve manipulação”, atestou a advogada, colocando o material à disposição da CPI para perícia.
Com Click PB