O trabalho artesanal, inteiramente manual e desenvolvido por operários, foi o primeiro modelo de transformação de matérias-primas. A atuação dos artesãos fez com que o processo de produção ganhasse força, e no século XIX surge à indústria no Brasil, através de oficinas de trabalho. Dessa forma, o artesanato foi o principal precursor da produção industrial no país.
Em reconhecimento a contribuição dos artesãos para o processo de consolidação da indústria, a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP participará do 33° Salão do Artesanato Paraibano, que acontecerá de 12 de janeiro a 06 de fevereiro, na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa, e terá como tema “Toda Arte que vem do Mar” inspirado no livro Dumar, publicado pela FIEP em 2019, com poesias compostas por Jessier Quirino.
O presidente da FIEP, Francisco Gadelha, falou sobre o evento. “O artesanato é o estágio mais antigo de produção a partir da transformação de matérias-primas. A almofada de bilros, por exemplo, foi à primeira indústria brasileira originada nos navios do descobrimento. O uso da manufatura, que antecedeu o processo de industrialização, foi se transformando e se reinventando por meio da tecnologia. Hoje, temos a Indústria 4.0, mas não podemos deixar de reverenciar o artesanato que muito além do tempo, se faz presente na modernidade”, explicou.
Para a gestora do Programa do Artesanato Paraíba, Marielza Rodrigues, a participação da FIEP nesta edição do Salão é essencial, por se tratar de uma instituição que valoriza a cultura e o povo paraibano. “É com a máxima satisfação que a gente tem esse ano a participação e parceria da FIEP no Salão do Artesanato Paraibano. O tema do livro publicado pela Federação inspirou os arquitetos, parceiros e todos os profissionais envolvidos na organização do Salão”, afirmou.
A FIEP, como parceira, estará presente no hall de entrada do Salão, onde serão homenageados artesãos e artesãs marisqueiras e também outros profissionais que fazem arte utilizando escamas de peixe como matéria-prima. O espaço, projetado pela designer Renata Gadelha, irá demonstrar a preocupação da Federação com o trabalhador e seu meio ambiente, em diferentes setores econômicos da Paraíba, consistindo num recorte da arte, povo e geografia litorânea da Paraíba.
Renata Gadelha explica que concebeu o design do local com um conceito de instalação moderno e contemporâneo. “O design vai proporcionar uma imersão, tanto no universo do livro, como na simbologia do mar por sobre o qual o sol nasce primeiro. Busquei abrigar e valorizar o artesanato, mostrando que este pode estar inserido em contextos nem sempre rústicos, como se imagina sempre que se fala em arte popular”, ressaltou.
A designer comentou ainda que no ambiente haverá uma arquibancada em forma de ondas, um espaço alternativo para contemplação, encontros e arena para palestras. E um painel pintado pela artista mural Lola Pinto, inspirado nas paisagens do livro, que servirá de cenário para exposição de peças das artesãs marisqueiras e sereias da Penha.
O horário de visitação do Salão do Artesanato será das 16h às 22h, de 12 de janeiro a 6 de fevereiro. A megaestrutura estrutura, com os trabalhos de 400 artesãos, fica localizada na Orla de Cabo Branco, n 2.260, logo após o Jangada Clube (antigo prédio do BNB Clube).
Com FIEPB