Detectada pela primeira vez em meados de novembro na África do Sul, a variante ômicron do coronavírus causou uma explosão repentina de casos na Europa – que logo se refletiu em diferentes partes do mundo.
No Brasil, a variante já é dominante desde pelo menos a primeira semana de janeiro, representando entre 90% e 100% dos casos positivos confirmados por testes do tipo RT-PCR, segundo o mapa de frequência do Programa de Vigilância de Sars-CoV-2 da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, que monitora o crescimento das principais variantes do vírus no país.
No entanto, de acordo com declarações recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa entrou agora numa nova fase, que poderá levar ao fim da pandemia na região.
“É plausível que a região esteja chegando ao fim da pandemia”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, no domingo (23).
Isso pode acontecer assim que passar a onda de infecções causadas por essa variante, que, segundo a agência, fará com que mais da metade da população do continente europeu contraia a doença nas próximas semanas.
“Assim que a onda da ômicron diminuir, haverá imunidade geral por algumas semanas ou alguns meses, seja por causa da vacina ou porque as pessoas ficarão imunes devido à infecção, além de uma diminuição devido à sazonalidade”, disse Kluge à agência de notícias AFP.
A OMS espera que isso proporcione um período de calma até que “a covid-19 provavelmente volte no final do ano, mas não necessariamente [com] o retorno da pandemia”.
“Fala-se muito em endemia, mas endemia significa que é possível prever o que vai acontecer. Esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez, então temos que ter muito cuidado”, disse o porta-voz da OMS.
Por esse motivo, Kluge recomendou à população ser responsável, ficar em casa se apresentar algum sintoma e se isolar em caso de teste positivo para covid.
Dada a velocidade com que a variante está sendo transmitida em toda a Europa, Kluge explicou que a ênfase agora está em “minimizar a interrupção [do serviço] nos hospitais, nas escolas e na economia, e colocar um enorme esforço na proteção dos vulneráveis”, mais do que em impor medidas para barrar o contágio.
Com G1