Moradores da Paraíba têm percebido um crescimento no aparecimento de borboletas pelo estado. Registros de vídeos mostram a BR-230, a Praia de Intermares e o Centro de João Pessoa como alguns dos locais alvos da espécie. Uma bióloga e especialista em borboletas explica as causas do evento.
A professora Solange Kerpel, bióloga e especialista em borboletas, explica que o evento está relacionado com este período chuvoso do ano. “É bem comum o surgimento de várias populações de borboletas neste período, pois elas estão se movimentando de um lugar para o outro”, informa. “Não há estudos para dizer para onde elas estão indo, mas elas se movimentam em busca de alimento, que é o néctar das plantas e aparece neste período chuvoso”, diz a especialista.
“Como nessa época também temos muitas plantas verdinhas, as borboletas adultas fêmeas colocam os ovos nestas plantas. As larvas se desenvolvem, há a metamorfose e assim novas borboletas aparecem”, detalha.
A pesquisadora explica que para esta quantidade imensa de borboletas há um nome específico: panapaná ou panapanã, que é uma palavra de origem Tupi para “muitas borboletas juntas”.
O panapaná observado na Paraíba é algo normal, já que tantas plantas estão verdes e oferecem alimentos para elas. A bióloga explica que na Amazônia, por exemplo, onde a vegetação é sempre verde, há borboletas o ano todo. “Em outros locais a gente tem essa explosão populacional porque a quantidade que está surgindo é maior do que os predadores podem consumir”, explica Solange Kerpel.
Além das belas paisagens que o evento tem provocado, ele também possui uma função muito importante, que é a polinização. “Este é o lado positivo dessas explosões”, diz a bióloga. “É muito bom que tenhamos tantas borboletas voando, pois elas ajudam na polinização de espécies que servem de alimento para a gente, como a acerola, a manga, o tomate”, explica.
O fenômeno vai durar até meados de março, quando as chuvas começam a diminuir. “Os recursos para elas diminuem, mas enquanto permanecer o período chuvoso, vamos ter essas grandes populações”, explica a bióloga Solange.
Com G1 Paraíba