O jovem Wendel Guerra, que sofreu um tiro de bala de borracha no olho no último dia 29 de janeiro, durante Campinense x Bahia, pela Copa do Nordeste, ainda se recupera do ferimento. Ele relatou os momentos de tensão que viveu. Seguindo com os cuidados com o olho esquerdo, o torcedor ainda sente muito medo de ficar com sequelas. Mas, apesar do episódio por que passou, Wendel, mesmo com medo, quer voltar ao Estádio Amigão para ver seu time, o Campinense, jogar.
A primeira tomografia realizada por Wendel, ainda no dia do ocorrido, apontou que houve fratura em dois ossos da face. Uma avaliação foi realizada e constatou-se que não é necessário cirurgia, que as fraturas não interferem na movimentação do olho. Os exames realizados na última semana também foram animadores, pois, segundo a médica que está acompanhando o caso, não houve descolamento de retina. Mas é preciso continuar com cuidados para que essa retina não venha a descolar posteriormente. Apesar da boa notícia, Wendel admite que ainda tem medo de perder a visão.
”Ainda tenho muito medo de perder minha visão. Depois do que a médica falou, fiquei um pouco mais tranquilo, mas ainda não é certeza que eu volte com 100% da minha visão. Meu medo é não recuperar, ficar com sequelas”, disse Wendel.
Passados 11 dias do ocorrido, hoje Wendel trata em casa de uma hemorragia no olho ferido. O tratamento será feito primeiramente com medicações, para ver se o organismo responde e evita a necessidade de uma cirurgia. O jovem, que é autônomo e ajuda ao pai como auxiliar de pedreiro, está impossibilitado de trabalhar, pois precisa de repouso até sua total recuperação.
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Foto: Acervo pessoal / Wendel Guerra
Wendel é torcedor apaixonado pelo Campinense, viu vários momentos da história da Raposa, como o título da Copa do Nordeste, grandes jogos pela Copa do Brasil e a recente campanha do acesso para a Série C. A paixão pelo clube veio do pai, torcedor do Rubro-Negro desde criança, e que o ensinou a torcer, já que o jovem nasceu no Rio de janeiro e só passou a morar em Campina Grande aos 11 anos. Apesar de todo o trauma vivido, e de sentir medo, ele quer sim voltar ao Amigão, para acompanhar seu clube do coração.
”Espero sim voltar para assistir a um jogo do Campinense, porque é o meu time do coração. Eu amo ver futebol, nasci e me criei no Rio de Janeiro, vim para Campina Grande com 11 anos, e meu pai passou a paixão dele pelo Campinense para mim. Eu gosto muito de ir ao estádio, é algo que me deixa alegre, que relembra minha infância, de quando eu ia para o Maracanã. Quero sim voltar ao estádio, mas agora vou com o pé atrás, vou com medo. Até então eu não tinha medo, porque nunca procurei confusão; ao contrário, sempre fugi de confusão. Nesse jogo, chegamos meia hora antes de começar e já entrei no estádio, para fugir de confusão”, finalizou o torcedor.
Na última semana, o Campinense emitiu uma nota através do seu site oficial, em solidariedade ao torcedor ferido durante a partida. Wendel também recebeu a visita do presidente do clube, Danylo Maia.
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Danylo Maia visita torcedor Wendel Guerra — Foto: Divulgação / Campinense Clube
Confira a nota do Campinense:
O Campinense vem a público manifestar a mais irrestrita solidariedade ao torcedor Wendel Souza Guerra, que acabou ferido com um disparo de bala de borracha no rosto, depois de uma confusão no entorno do estádio Amigão durante o primeiro tempo da partida do último sábado, 29, entre Campinense e Bahia, pela 2º rodada da Copa do Nordeste. O torcedor foi rapidamente atendido por uma ambulância do Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital de Trauma de Campina Grande.
O Clube lamenta, profundamente, o episódio ocorrido, afirma que já está prestando toda assistência necessária ao torcedor, e que não compactua, tampouco aceita, qualquer tipo de violência dentro ou fora dos estádios, priorizando, desde sempre, o bem-estar de todos os presentes, visando proporcionar um ambiente acolhedor, de festa e alegria, que possa ser frequentado por toda a família.
QUEREMOS PAZ NOS ESTÁDIOS. NÃO À VIOLÊNCIA!
Fonte: Globo Esporte PB
Foto: Reprodução