O corpo errado de uma criança, vítima da tragédia em Petrópolis, foi liberado para enterro nesta sexta-feira (18). A família só descobriu a troca quando chegou ao velório da menina Helena, de 1 ano e 11 meses.
“Infelizmente, outra família reconheceu a nossa Helena. Os nomes eram semelhantes, mas a família reconheceu errado. É onde está tendo essa confusão. Reconheceram como deles e a nossa Helena sumiu. A gente ainda não sabe”, contou Guilherme Felicíssimo, padrinho da criança.
Segundo a Polícia Civil, a troca de corpos aconteceu por conta de engano no reconhecimento [feito pelo pai] no Instituto Médico-Legal (IML) de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Guilherme afirmou que a família esteve desde quarta-feira (16) no IML para reconhecer a criança. Na quinta-feira (17), conseguiu a documentação. Apesar disso, a criança que chegou ao velório não era Helena Leite de Carvalho Paulino.
“A mãe veio aqui ontem e reconheceu: ‘OK, é a minha filha’. Na hora de mandar, mandaram o corpo errado. Descobriram na hora que chegou lá, a mãe chegou lá e falou: ‘não é a minha filha’. Ela reconheceu aqui, mas mandaram o corpo errado. Ela chegou lá e na hora de velar não era a filha dela”, contou.
O corpo da outra menina Helena, que foi liberada por engano para o velório, chegou ao IML escoltado pela polícia por volta das 12h10 para a troca ser realizada.
Helena era afilhada de Maria Eduarda Carminate de Carvalho, de 17 anos, a Duda, que já teve o corpo reconhecido. Em uma das cenas mais marcantes da tragédia de Petrópolis, a mãe da adolescente, Gizelia de Oliveira Carminate, de 36 anos, usou uma enxada para cavar a lama e tentar encontrar os parentes soterrados.
A família se preparava para o aniversário de 2 anos da menina, que seria no dia 17 de março.
“É um sofrimento danado, a gente está nessa batalha desde quarta-feira, desde quando a gente, infelizmente, achou os corpos sem vida. Mas a gente achou. A gente sabia que era um processo, mas não que seria esse transtorno todo”, disse Guilherme.
Em entrevista ao g1, a mãe de Helena contou que demorou 9 anos para engravidar da menina.
“Às vezes acho que é um pesadelo, que vou acordar e ela vai estar aqui. Demorei nove anos para engravidar, quis fazer as coisas certinhas para ter condições, e só aproveitei a minha filha um ano”, disse Giselli Carvalho.
Giselli disse que só queria chegar em casa e ver que estava tudo bem no meio da chuva que tomou a cidade.
Ela foi a pé do Cascatinha, onde trabalha, até o Morro da Oficina, onde morava com a família. No meio do caminho, conseguiu falar com um vizinho que contou sobre o desabamento.
Com G1