Tido como único brasileiro sobrevivente do Holocausto, Andor Stern faleceu nesta quinta-feira (07), aos 94 anos. Em um comunicado divulgado através das redes sociais, os familiares agradeceram o carinho dos milhares de seguidores de Stern, e informaram que ele morreu em sua residência, em São Paulo. A causa do óbito não foi informada.
“Nossa família agradece desde já por todas as mensagens de apoio e palavras de carinho. Andor dedicou grande parte de seu tempo às suas palestras sobre o Holocausto, ensinando os horrores do período para que não se neguem nem se repitam, e motivando as pessoas a valorizarem e agradecerem a vida e a liberdade. O carinho de vocês sempre foi muito importante para ele”, escreveu a família.
Stern nasceu em São Paulo, no ano de 1928, mas se mudou para a Hungria ainda criança ao lado de seus pais. Sua infância foi tranquila e comum até as coisas mudarem, em 1939, com a Invasão da Polônia por Adolf Hitler e a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Com a guerra em andamento e o posicionamento do Brasil ao lado dos aliados, ele foi considerado inimigo de Estado e entregue às autoridades húngaras.
Em 1944, Stern, sua mãe, seus avós, seu tio e sua tia grávida foram levados para Auschwitz no mesmo trem, sendo separados quando chegaram no campo de extermínio. Tiodos da família de Stern foram mortos na câmara de gás. Os números que o identificavam no campo de concentração continuam tatuados em seu braço: 83892.
Com o fim da guerra em 1945, Stern conquistou sua liberdade novamente. Viveu mais três anos na Hungria e, em seguida, retornou ao Brasil.
Andor Stern deixa cinco filhos, netos e bisnetos. Sua trajetória foi contada na biografia “Uma Estrela na Escuridão”, de autoria do historiador Gabriel Davi Pierin. O livro também foi adaptado para os quadrinhos.
O velório acontece hoje às 14h, com enterro às 15h no Cemitério Israelita do Embu.
Com Globo