Qualquer acordo de paz com a Rússia depende de forças russas recuando para suas posições pré-invasão, disse neste sábado (7) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Em conversa por vídeo na Chatham House, um instituto independente de política de Londres, Zelensky disse que isso é o mínimo que seu país pode aceitar.
Ele disse ser líder da “Ucrânia, e não uma mini-Ucrânia”. Mas ele não mencionou, em suas condições, a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Zelensky quer que a Rússia devolva os territórios tomados após 24 de fevereiro, quando começou a invasão.
No estágio atual da guerra, a Rússia está tentanto tomar controle total da cidade de Mariupol.
Forças ucranianas e alguns civis tentam resistir em uma siderúrgica, no sudeste da cidade, que tem sido submetida a violentos ataques russos.
Tomar Mariupol seria a maior conquista da Rússia em dois meses de guerra e daria ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, algo para comemorar em 9 de maio, que é o Dia da Vitória na Rússia — o dia em que o país lembra a vitória soviética sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Falando de Kiev para a Chatham House em Londres, Zelensky disse que, para haver paz, não é aceitável que a Rússia mantenha o território que conquistou desde que invadiu a Ucrânia.
“Para parar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o passo a ser dado é voltar ao ponto de 23 de fevereiro”, disse ele em resposta a uma pergunta feita pela BBC, referindo-se ao dia anterior ao início da guerra. “Fui eleito pelo povo da Ucrânia como presidente da Ucrânia, não como presidente de uma espécie de mini Ucrânia. Este é um ponto muito importante.”
A referência à situação em 23 de fevereiro sugere que a Ucrânia não pretende insistir em recuperar a Crimeia neste momento. A península foi anexada pela Rússia há oito anos.