No início da tarde desta segunda-feira (23), João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, anunciou que vai desistir da sua pré-candidatura à Presidência da República. O anúncio foi feito na zona sul de São Paulo/SP.
“Para as eleições deste ano me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve”, disse João Doria. O comunicado aconteceu um dia antes da executiva do PSDB se reunir para definir como o partido se posicionará na disputa presidencial de outubro.
O PSDB, junto com os partidos de terceira via, não concordavam com a pré-candidatura do ex-governador, fazendo com que o mesmo enfrentasse resistências internas.
Ainda durante o encontro desta segunda-feira, a cúpula tucana decidiu consolidar a senadora Simone Tebet (MDB) como candidata da terceira via.
Doria havia sido escolhido como pré-candidato do PSDB à Presidência da República ao derrotar, em eleição interna, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, em novembro do ano passado.
Após um processo eleitoral tumultuado, o ex-governador de São Paulo recebeu 53,99% dos votos, enquanto Leite obteve 44,66% e Virgílio, 1,35%.
Doria tentava se manter como candidato até então, apesar dos rachas internos no partido. Ele chegou enviar uma carta ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, em que subia o tom ao reafirmar que não desistiria da candidatura e que poderia judicializar a situação, caso fosse abandonado pela sigla. A carta foi enviada no dia 15 de maio.
O PSDB manteve contato com outras legendas, como o MDB e o Cidadania, a fim de construir uma candidatura única de centro ao Palácio do Planalto, que tem sido chamada de “terceira via”. Seria uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT).
No entanto, as conversas em torno de uma candidatura única da terceira via não avançaram. Recentemente, o União Brasil, anunciou o desembarque do partido do grupo. Segundo Bivar, que é o presidente do partido, o União Brasil terá candidatura própria no pleito de outubro.
Durante uma entrevista ao “O Estado de S. Paulo”, Aloysio Nunes, que é filiado ao PSDB há décadas, falou que Doria “não tem apoio consistente dentro do próprio PSDB”.
Além disso, Nunes declarou que Lula é o candidato capaz de derrotar Jair Bolsonaro. “Não há hesitação possível. Vou apoiá-lo (Lula) no primeiro turno”, afirmou Nunes.