Um professor paraibano morreu no dia 13 de maio em Lima, na capital do Peru, após sofrer um infarto fulminante no aeroporto instantes antes de embarcar para o Brasil. Doze dias depois, a família reclama das burocracias e dificuldades para realizar o traslado do corpo, algo que até esta quarta-feira (25) não aconteceu.
Warner de Albuquerque Pontes tinha viajado com a esposa Alessandra de Carvalho Pontes para assistir à posse da filha em um concurso público em Rondônia. De lá, a esposa precisava voltar para João Pessoa por causa do trabalho, mas ele aproveitou para realizar um antigo sonho e foi sozinho conhecer Machu Picchu. Na volta para o Brasil ele passou mal e morreu.
Alessandra se divide em emoções. Por um lado, contenta-se com o fato de que, antes de morrer, “ele realizou o sonho da vida dele”. Por outro, sofre com toda a burocracia que já dura tantos dias e parece não ter prazo para acabar. Ela destaca, por exemplo, que já entrou em contato com o Itamaraty, já gastou o que ela chama de “somas exorbitantes” cobradas pela funerária peruana, mas que ainda assim não consegue a repatriação do corpo.
Warner era professor de matemática. Trabalhou como professor da Rede Estadual de Ensino, da Prefeitura de João Pessoa e de colégios como a Lourdinas, sempre na capital paraibana. Já aposentado, estava em viagem pelo exterior, quando morreu. “Ele era alegre, bem-humorado, amava viajar. Ficou muito tempo recluso por causa da pandemia e quando teve a oportunidade foi realizar o seu sonho”.
Alessandra explica que já houve inclusive a missa de sétimo dia em homenagem ao marido, e mesmo assim o velório e o sepultamento continuam impossibilitados.
“Nossa família está destruída”, resume Alessandra.
A viúva enfatiza ainda que vem mantendo contato com a Embaixada do Brasil no Peru, que se limita em dizer que está fazendo o possível para acelerar o processo.
Foram vários dias com o corpo retido no Instituto Médico Legal do Peru. E, mesmo depois da liberação para a funerária, Alessandra diz ter sido informada de que o traslado para o Brasil só deve acontecer em 7 de junho. “Eles não nos explicam o motivo de tanta demora. A burocracia é imensa”, reclama.
Outra questão, explica Alessandra, é que ela tem 30 dias para dar entrada no seguro-viagem, mas para isso é preciso a Certidão de Óbito, o que ela ainda não tem. Sem o documento, inclusive, nenhuma outra questão legal pode ser resolvida.