A ativação da quinta geração de internet móvel — o 5G — em Brasília/DF, nesta quarta-feira (6), vem acompanhada de algumas mudanças tecnológicas na capital. Uma delas diz respeito às antenas parabólicas, que não vão mais receber o sinal da TV aberta.
A capital, primeira cidade do país a contar com o 5G, tem atualmente 3.341 antenas parabólicas, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Por isso, quem usa esses equipamentos vai ter que trocar o aparelho por um digital para não perder o sinal televisivo.
As novas antenas podem ser internas, instaladas ao lado dos televisores, ou externas, colocadas nos telhados. Para famílias que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), a mudança para a antena digital pode ser feita de maneira gratuita.
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB Ugo Dias aponta ainda que, se o consumidor possui TV por assinatura, não é preciso fazer nenhuma mudança após a chegada do 5G na capital.
“As redes de celulares 5G não vão influenciar qualquer outro equipamento do nosso dia a dia. Só esse sistema de TV por parabólica vai ser afetado”, afirma o docente.
Atualmente, as antenas parabólicas operam na banda C, ou seja, em 3,5 GHz, explica o diretor-conselheiro da Anatel Moisés Queiroz Moreira.
O especialista aponta que a frequência é a mesma que será usada pelo 5G. Para evitar prejuízos ao serviço, o especialista explica que a TV aberta migrará para a banda Ku.
“Quando [o 5G] for ligado, quem tem antena parabólica sofrerá interferência e não vai mais funcionar”, aponta Moreira.
No Brasil, a antena parabólica estava presente em 27% dos lares em 2019, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).