O tempo correu diferente no Maracanã nesse 9 de julho de 2022. De certa forma, parecia que nada mais no mundo acontecia quando o estádio vivia a expectativa do adeus de Frederico Chaves Guedes pelo Fluminense. Às 20h40 tudo parou. Fernando Diniz se reuniu com a comissão técnica e decretou: a última vez do camisa 9 seria a partir dos 32 minutos do segundo tempo. Germán Cano, artilheiro e futuro do clube, reverenciou o passado, que deu adeus da maneira mais forte, bonita e merecida que poderia.
O tempo é capaz de corrigir injustiças da história. Neste sábado, quando todo mundo parou para ver Fred, a imagem que fica ao final não é a derrota por 7 a 1 com a Seleção Brasileira, quando viveu o pior momento da carreira. É do homem que fez uma torcida retomar a confiança e ídolo de gerações e mais gerações de tricolores. Nas lágrimas, no arrepio, do frio na barriga se contou o fim – ou mais um começo – na história de um dos grandes artilheiros do futebol brasileiro.
O gol 200 não veio. Fred se movimentou pelo ataque, auxiliou na defesa, cobrou e comemorou. Tentou, apesar das pernas já não corresponderem mais à toda vontade que demonstra. A torcida mal reparou quando o Ceará descontou o placar nos acréscimos. Minutos antes, cantou “seremos campeões”, confiança essa que o centroavante ajudou a recuperar nos últimos meses – e na história.
O discurso final foi emocional. Ainda no túnel viu os olhos ficarem marejados, mas segurou. Na despedida, conseguiu, enfim, entrar, mesmo que um pouco, no meio da torcida. Cantou músicas, colocou o chapéu do clube e um óculos escuro. Curtiu no meio de muita gente que aproveitou para tocar no que parecia extremamente distante. O Maracanã se emocionou e deu adeus a Fred uma última vez.
Assumindo a vice colocação do campeonato brasileiro, o tricolor carioca bateu o Ceará por 2 a 1 e se concentra no duelo contra o Cruzeiro, válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Com Luiza Sá (Lance!)