Representantes das secretarias de Polícia Civil e Polícia Militar deram entrevista coletiva no início da noite desta quinta-feira (21) sobre a ação das duas corporações no Complexo do Alemão. Durante a coletiva, foram confirmados, de acordo com as forças policiais, 18 mortos na ação – 16 suspeitos, um policial e uma moradora.
A ação tinha como alvo uma quadrilha de roubo de veículos. Durante a coletiva, o subsecretário operacional da Polícia Civil, Ronaldo Oliveira disse que preferia que “eles não tivessem reagido e a gente ter prendido os 15 ou 14, mas infelizmente eles escolheram atingir os policiais”. Posteriormente, foram confirmados os 16 suspeitos mortos.
Com a confirmação, a ação se torna a quarta operação policial mais letal da história do Rio. As duas primeiras também ocorreram durante o governo Cláudio Castro: as ações no Jacarezinho (28 mortos) e na Vila Cruzeiro (25). A terceira mais legal foi em 2007, quando morreram 19 pessoas em um ação.
Segundo o comandante do Batalhão de Operações Policiais (Bope) Uirá Nascimento, entre os homens que entraram em confronto com a polícia estavam criminosos que usavam fardas similares a de policiais civis e militares.
Representantes das duas corporações também lamentaram as mortes do policial Bruno de Paula Costa, que deixa dois filhos autistas, e da moradora Letícia Marinho de Sales, de 50 anos, moradora baleada dentro do carro — segundo parentes, por um policial. A Delegacia de Homicídios investigará as mortes.
Durante a coletiva o coordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, Fabrício Oliveira, reclamou do que chamou de “narcoativistas” – pessoas, segundo ele, usadas por criminosos para fazer “baderna” durante as ações. “É evidente que se houver críticas e denúncias em relação a ação da polícia elas serão investigadas, porém o que a gente está falando é que os criminosos estão obrigando parte da população para causar uma desordem durante a ação policial”, afirmou.
Até a coletiva, a Polícia Militar tinha confirmado cinco mortos na operação, nesta quinta-feira (21), no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. A ouvidoria da Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil já afirmavam que havia pelo menos mais 15 corpos deixados na UPA, além dos 5 mortos no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, relatados incialmente pela polícia.
Moradores relataram durante a manhã intensos tiroteios e até rajadas contra um helicóptero. No meio da manhã, mototaxistas saíram em um protesto. Na coletiva, Oliveira disse que ao chegar no Alemão, equipes da polícia encontraram barricadas com fogo e foram “violentamente” atacadas.