O Serviço Social do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, realiza mais de 200 mil atendimentos anualmente. E um desses serviços é a investigação de pacientes não identificados. Só nos primeiros seis meses de 2022, já deram entrada na unidade de saúde, mais de 200 pacientes desconhecidos e apenas 43 não conseguiram ser identificados.  

Segundo o levantamento do hospital, o Serviço Social conseguiu identificar e localizar a família de quase 100% dos pacientes não identificados, a minoria foi a óbito ou transferida para instituições de assistência. Os pacientes mais comuns, que entraram na unidade sem identificação, são as vítimas de trânsito e violência urbana.

De acordo com a coordenadora do setor, Keilla Medeiros, muitos desconhecem o nosso papel, de buscar a identidade das pessoas. “Devolver a identidade a uma pessoa é um direito fundamental, bem como a garantia de um atendimento humanizado. Todos estamos sujeitos a viver ou ver alguém próximo viver algo parecido. Por isso, é sempre importante sair de casa com um documento. Ninguém sabe o que pode acontecer”, comentou.

Keilla informou que muitos chegam sem documentos ou até mesmo sem saber nome ou contato deles mesmo ou de familiares. “Seguimos um protocolo, que se inicia, desde o momento do registro de entrada do paciente sem identificação. É como procurar algo no escuro, por isso, é importante ficar atento a todos os detalhes, como por exemplo, as características físicas. Acionamos os órgãos públicos de identificação civil, notificamos às Unidades Básicas de Saúde e comunicamos à imprensa do complexo hospitalar, que propaga aos veículos de comunicação da Paraíba a informação”, frisou.

A assistente social, Carla Lins, explicou que no último dia 12 de julho, a equipe de assistentes sociais do hospital proporcionou um final feliz a uma família angustiada. Um paciente, de aproximadamente 30 anos, deu entrada na unidade, vítima de um acidente de moto, sendo identificado com um nome de outra pessoa, tendo em vista que somente este documento estava na bolsa localizada na hora do acidente pelo Samu. “A mãe e esposa desse rapaz chegaram desesperadas a unidade de saúde, então fizemos uma busca ativa em todos os leitos da Unidade de Terapia Intensiva – UTI, até identificar o paciente. Foi um momento muito especial, ver o alívio de uma mãe ao identificar o seu filho. A gratificação do protagonismo que exercemos no reencontro das pessoas é maravilhosa e ficamos mais felizes ainda, em saber que ele já está bem e em casa”, ressaltou.

O trabalho da assistente social não acaba com a identificação do paciente, o profissional também é o responsável por direcioná-lo após a alta. “Não é raro encontrarmos a família desses pacientes, mas por questões familiares, elas se negam a ajudá-los. Portanto, nosso papel é direcioná-lo para abrigos quando eles não têm moradia, para hospitais psiquiátricos, diante recomendação médica, e até mesmo mostrar o caminho para que eles consigam os documentos de identidade”, afirmou Carla Lins.

Fonte: Secom/PB

Foto: Reprodução

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