A ativista Marina Smith, que trabalhava com educação sobre o Holocausto, morreu aos 87 anos. Alguns dias depois, no entanto, sua família e amigos puderam vê-la respondendo a perguntas sobre sua vida, em seu próprio velório, graças a uma tecnologia criada por seu filho.
Stephen Smith disse que a ferramenta de vídeo da sua empresa, a StoryFile, permitiu que sua mãe estivesse “presente, de certa forma” durante a cerimônia.
Ele explica que a tecnologia permite uma conversa por vídeo com uma pessoa que já morreu – e ela “responde como se estivesse lá”.
Smith afirma que a tecnologia trouxe à conversa os aspectos da vida de sua mãe que eram mais importantes para ela e para as pessoas que mais a amavam. E as palavras utilizadas eram falas de sua mãe de fato, não um texto criado por inteligência artificial.
Para fazer o vídeo, a pessoa deve fazer uma gravação antes de morrer, respondendo a inúmeras perguntas sobre sua vida.
Mais tarde, após a morte, um sistema de inteligência artificial seleciona os clipes apropriados para reproduzir em resposta a perguntas de pessoas que assistem ao vídeo, e a pessoa parece ouvir e responder – em algo que a empresa chamou de “vídeo conversacional”.
Rollo Carpenter, que criou o chatbot CleverBot – e não tem conexão com a empresa de Smith – afirma que o sistema de conversa em vídeo funciona de forma diferente, sem tentar construir suas próprias respostas ou usar inteligência artificial para criar respostas novas.
“É apenas selecionar a partir de um conjunto pré-gravado de sequências que podem ser reproduzidas”, diz ele.
Marina Smith foi uma das cofundadoras do Centro Nacional do Holocausto em Nottinghamshire, no Reino Unido, onde ela coordenava um programa de educação sobre o Holocausto. Em 2005, ela foi premiada com uma ordem de cavalaria dada pela realeza britânica pelo seu trabalho.
Os fundadores da StoryFile tiveram a ideia do vídeo conversacional enquanto trabalhavam na criação de hologramas interativos de sobreviventes do Holocausto para a fundação USC Shoah.
A empresa vê uma ampla gama de possíveis aplicações comerciais para a tecnologia, desde atendimento ao cliente até vendas.
Olhando para o futuro, Smith prevê um mundo em que as pessoas documentem suas vidas continuamente, sugerindo que os usuários possam “falar com o seu eu de 18 anos, quando tiverem 50, ou apresentar seus filhos ao seu eu de 16 anos”.